Ozempic no SUS? Prefeito diz que vai disponibilizar medicamento no SUS para tratar obesidade

O Ozempic é indicado regularmente para tratamento de diabetes tipo 2 e, recentemente, se popularizou como auxiliar na perda de peso

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Na última terça-feira, dia 1/10, um prefeito de uma grande capital brasileira revelou ter emagrecido 30 quilos após realizar tratamento com Ozempic. Com a experiência, chegou a sugerir a autorização para esse fim do medicamento nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.

O Ozempic é indicado regularmente para tratamento de diabetes tipo 2 e, recentemente, se popularizou como auxiliar na perda de peso. De acordo com o prefeito, a inclusão desse medicamento na lista de substâncias disponibilizadas gratuitamente não tem a ver com a estética, e sim com a saúde.

Atualmente, o preço do Ozempic gira em torno de R$ 1.100 na rede privada, para a dosagem de 1 mg. Uma caixa permite até quatro aplicações.

O que é o Ozempic

O Ozempic é composto pela substância semaglutida, uma droga da classe dos análogos do hormônio GLP-1. Ele também atua na secreção da insulina pelo pâncreas, regulando a glicose no sangue e promovendo a redução do apetite. Mas é importante lembrar que o consumo de medicamentos sem supervisão de um profissional habilitado pode trazer riscos à saúde e, inclusive, gerar intoxicação e resistência à substância utilizada, prejudicando o tratamento.

Entre os eventos adversos possíveis do uso do Ozempic estão:

  • ⁠Náuseas;  
  • Inapetência excessiva;  
  • Diarreia;  
  • ⁠Vômitos;  
  • Mal-estar;  
  • Dor de cabeça;  
  • Dificuldade para se alimentar;  
  • Desidratação (devido aos vômitos e diarreia);  
  • Pedra na vesícula, devido à rápida perda de peso.

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) ressalta que a automedicação é uma prática comum e perigosa, pois consiste no uso de medicamentos sem a devida prescrição e acompanhamento de um profissional habilitado. Muitas pessoas acreditam que, por já conhecerem os sintomas ou por terem ouvido falar de um medicamento que “funcionou” com outra pessoa, estão aptas a se medicar por conta própria. No entanto, essa prática traz riscos graves à saúde.

Riscos da automedicação com semaglutida (Ozempic)

  1. Efeitos colaterais: o uso de semaglutida pode causar uma série de efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais. Além disso, há riscos mais sérios, como pancreatite (inflamação no pâncreas), que pode ser fatal se não tratada adequadamente.  

  2. Descontrole glicêmico: a semaglutida é um medicamento voltado para o controle dos níveis de açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 2. Para indivíduos que não possuem a doença, o uso sem monitoramento pode causar episódios de hipoglicemia (queda acentuada da glicose no sangue), que podem causar tontura, desmaios e até convulsões.  

  3. Desequilíbrio hormonal: o uso inadequado de medicamentos que interferem no metabolismo e no controle do apetite, como o Ozempic, pode gerar desequilíbrios hormonais. Isso pode ter consequências duradouras para o metabolismo e para o equilíbrio do peso a longo prazo.  

  4. Interações medicamentosas: ao tomar semaglutida sem orientação médica, o paciente pode não estar ciente de interações com outros medicamentos que já utiliza. Isso pode potencializar efeitos colaterais ou reduzir a eficácia de outros tratamentos em andamento.  
  5. Dependência psicológica: o uso de medicamentos para emagrecer, especialmente sem supervisão, pode criar uma falsa sensação de controle sobre o peso. Isso pode levar a um ciclo de dependência psicológica, onde o indivíduo acredita que não conseguirá manter a perda de peso ou controlar a alimentação sem o uso constante do medicamento.

A importância do acompanhamento por um profissional habilitado

A semaglutida, como qualquer medicamento, precisa ser administrada de acordo com as diretrizes de um profissional habilitado, que levará em consideração o histórico de saúde do paciente, suas necessidades específicas e monitorará possíveis efeitos adversos. Além disso, o uso prolongado ou inadequado pode causar mais malefícios do que benefícios.

Os profissionais da saúde não apenas prescrevem medicamentos, mas também acompanham os pacientes ao longo do tratamento, ajustando doses, verificando interações e avaliando a necessidade real de cada medicação. No caso da semaglutida, o acompanhamento é ainda mais crucial devido ao seu impacto significativo no metabolismo e na glicose sanguínea.

A automedicação, especialmente com medicamentos como o Ozempic, pode colocar a saúde em risco. É essencial sempre buscar orientação antes de iniciar qualquer tratamento, garantindo um uso seguro e eficaz do medicamento. No caso de uso off-label, como a perda de peso, o acompanhamento contínuo de um profissional habilitado é fundamental para prevenir complicações e garantir que os benefícios superem os riscos.