Incidência de HIV entre homens jovens que fazem sexo com homens alerta pesquisadores

Farmacêutico pode prescrever PrEP e PEP

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Apesar dos diversos esforços do Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir a infecção pelo HIV, como campanhas de informação, ações de promoção da saúde, divulgação científica, distribuição gratuita de preservativos e testes rápidos, e disponibilização de profilaxias pré e pós-exposição, um dado preocupante persiste: o número de novos casos de HIV entre homens jovens que fazem sexo com homens (HSH) está em ascensão.

Um estudo recente do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e o Departamento de Saúde Pública de São Francisco (EUA), testou 400 voluntários HSH para HIV. O resultado: 10% dos participantes, ou seja, 40 indivíduos, estavam infectados.

Segundo o último boletim epidemiológico disponibilizado pela Unaids (programa das Nações Unidas em HIV/Aids), somente no Estado do Rio de Janeiro, local onde o estudo foi realizado, foram identificados 4.363 casos em 2022, variação 8% superior ao ano anterior.

Fatores que contribuem para o aumento

Estudos indicam que jovens HSH se testam menos frequentemente do que a população em geral, o que dificulta o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado e que alguns comportamentos de risco, como práticas sexuais desprotegidas, principalmente o sexo anal sem preservativo, aumentam significativamente o risco de contrair o HIV.

A desinformação sobre o HIV e as formas de prevenção ainda é um problema entre os jovens HSH, levando-os a tomar decisões de risco e o estigma e a discriminação contra pessoas LGBTQIA+ podem dificultar o acesso aos serviços de saúde e prevenção do HIV, além de contribuir para a internalização de comportamentos de risco.

O aumento de casos de HIV entre jovens HSH é um alerta para a necessidade de intensificar as ações de prevenção e combate à doença. Por meio de campanhas direcionadas, o envolvimento de profissionais farmacêuticos, a ampliação do acesso à testagem, o combate ao estigma e à discriminação, e investimento em pesquisa, podemos reverter essa tendência e garantir a saúde sexual dessa população.

Farmacêuticos podem prescrever Profilaxias Pré e Pós-Exposição ao HIV (PrEP ou PEP)

Desde março de 2023, farmacêuticos puderam voltar a prescrever as profilaxias Pré e Pós-exposição de risco ao HIV (PrEP e PEP, respectivamente) no Sistema Único de Saúde. Foi quando o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), suspendeu, tornando sem efeito, o ofício circular nº 28/2022, datado de 6 de julho de 2022, que impedia o farmacêutico de prescrever as profilaxias PrEP e PEP no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Nós suspendemos a circular porque a prescrição de PrEP e PEP não predispõe diagnóstico nosológico, de doença, porque é uma medida preventiva”, explicou, na época, a secretária da SVSA, Ethel Maciel, à comunicação do Conselho Federal de Farmácia (CFF).