Automedicação sem a adequada orientação pode agravar o estado de saúde do paciente
CFF orienta sobre a automedicação no contexto da dengue
O controle da dor e da febre em pacientes com dengue requer uma cuidadosa avaliação clínica. A automedicação com analgésicos/antipiréticos no contexto da dengue, sem a adequada orientação profissional, pode agravar o estado de saúde do paciente, ao invés de ajudar. Em alguns casos, poderá agravar sangramentos. Em outros, aumentar o risco de problemas no fígado.
Por isso, o uso desses medicamentos deve ser feito de forma segura, avaliada pelo prescritor, que também deve analisar os benefícios esperados frente aos possíveis efeitos adversos, considerando a história e a evolução clínica do paciente.
De um lado, o ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios não esteroides e, supostamente, a dipirona, aumentam o risco de sangramentos. Em geral, o ácido acetilsalicílico e os anti-inflamatórios não são recomendados, mas há exceções em que o profissional da saúde considera que o risco de evento trombótico é maior que o risco de hemorragia e, nesses casos, poderia prescrever tais medicamentos.
A dipirona, que pode ser uma opção mais segura nos casos de risco de sangramento, também requer cautela a depender das condições do paciente. O paracetamol, por outro lado, pode aumentar o risco de dano ao fígado. O vírus da dengue, em muitos casos, pode levar ao aumento de transaminases (enzimas do fígado), o que é indicativo de possível dano a este órgão. Nesses casos, o paracetamol, mesmo em doses geralmente consideradas seguras, poderá contribuir para o agravamento do dano hepático.
Portanto, atenção especial é necessária para pessoas com condições que aumentam o risco de dano ao fígado, tais como alcoolismo, desnutrição grave, uso de paracetamol por muito tempo ou em doses altas, tabagismo, doença aguda ou crônica do fígado, ou uso concomitante de certos medicamentos que também afetam o bom funcionamento hepático.