Experiência de farmacêutico na prescrição de contraceptivos hormonais viraliza nas redes sociais
História ratifica os elogios do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em carta ao CFF, pela iniciativa de editar a resolução
Viralizou na internet o depoimento de um farmacêutico nas redes sociais sobre a relevância da prescrição farmacêutica de contraceptivos, recentemente regulamentada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). A história ratifica os elogios do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em carta ao CFF, pela iniciativa de editar a resolução. A UNFPA é a agência de desenvolvimento internacional da ONU que trata de questões populacionais.
O farmacêutico em questão é André Schimidt Suaiden, proprietário de farmácia, professor universitário, doutorando em Farmacologia pela USP e especialista em Farmácia Clínica e Cuidados à Saúde. A protagonista da história, uma paciente de 17 anos que chegou à farmácia onde o profissional atua, em busca de um anticoncepcional. Após realizar o acolhimento, Suaiden convidou a paciente para a consulta farmacêutica, prática também já regulamentada pelo CFF. No consultório, descobriu que a menina não usava nenhum anticoncepcional e há dois dias tivera uma relação desprotegida.
“Expliquei sobre os contraceptivos de emergência, como a pílula do dia seguinte, e os riscos de uma gravidez indesejada, considerando que a eficácia do medicamento diminui com o tempo. Também falei sobre os contraceptivos convencionais e como ocorre a menstruação, para depois prescrever o medicamento, conforme o protocolo do CFF. Ela sorriu, me agradeceu e perguntou se poderia me dar um abraço. Isso ilustra a diversidade deste país: muitas pessoas não têm acesso a outros profissionais além do farmacêutico, e nosso papel social vai além da simples entrega de medicamentos,” conta.
André Suaiden vê a nova resolução sobre a prescrição farmacêutica de contraceptivos como um marco para a profissão e um presente para os farmacêuticos. “Estamos resgatando a nossa profissão. A Farmácia sempre teve importância na sociedade, e o farmacêutico deve assumir seu papel como profissional de saúde,” afirma. Ele incentiva seus colegas a adotar a prescrição de contraceptivos: “Muitos têm receio de realizar consultas, anamnese e prescrição por falta de treinamento. A melhor forma de superar isso é se especializar e participar de congressos farmacêuticos. Um congresso ocorrerá em novembro de 2024, organizado pelo CFF.”
Para Suaiden, cada farmacêutico deveria assumir seu papel e ser protagonista na saúde da comunidade onde atua. “Os farmacêuticos devem resgatar a imagem dos antigos boticários, que eram procurados pelas pessoas em sua busca por informações de saúde. Podemos fazer isso em nossas farmácias e, assim, alcançar a valorização que sempre buscamos. Gostaria de ver os farmacêuticos assumindo a responsabilidade pela saúde da população, realizando consultas e prescrevendo medicamentos, e não apenas fazendo indicações", conclui.