Baixa vacinação impulsiona surto de influenza no Brasil, alertam especialistas
Surtos de influenza A se alastram com apenas 35% do público-alvo vacinado

Com apenas 35% da população-alvo vacinada contra a influenza, o Brasil enfrenta um surto significativo de gripe, conforme alertam renomados infectologistas. O recente boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (5), confirma a gravidade: 15 estados e o Distrito Federal estão em situação de alerta, risco ou alto risco para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
O documento da Fiocruz aponta que os altos índices de SRAG estão diretamente ligados ao crescimento preocupante de hospitalizações causadas pelo vírus influenza A, um dos principais responsáveis pela gripe.
Entenda a influenza:
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É o vírus que causa a gripe.
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Os tipos de maior circulação no Brasil são Influenza A (como H1N1 e H3N2) e Influenza B.
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A vacina disponível protege contra três cepas: duas da Influenza A (H1N1 e H3N2) e uma da Influenza B.
Especialistas emitem alerta:
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Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), reconhece que o aumento de casos é esperado nesta época (fim do outono/início do inverno), mas destaca a intensidade atual: "Sem dúvida estamos vivendo uma temporada [de influenza] importante esse ano, com um número grande de hospitalizações pelo vírus influenza". Ele ressalta que a virulência da cepa em circulação influencia o nível de atividade da doença.
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Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, corrobora a avaliação: "Caracterizamos a situação vivida pelo Brasil como um surto importante, com um número de casos acima do habitual".
Causa central: baixa vacinação
Ambos os especialistas são enfáticos ao apontar a baixa cobertura vacinal como fator crucial para o cenário atual. Com apenas pouco mais de um terço do público-alvo protegido, o vírus encontra maior facilidade para se disseminar, levando ao aumento expressivo de casos e internações hospitalares.
A situação exige atenção da população e reforço nas campanhas de imunização para conter o avanço do surto e proteger os grupos mais vulneráveis.