São José de Anchieta, padroeiro dos farmacêuticos, é reconhecido por milagre de cura

A canonização do jesuíta destaca sua dedicação à saúde e a cura inexplicável de uma mulher com esclerose múltipla, símbolo de fé e ciência na farmácia brasileira

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Conhecido como um dos principais nomes da história do Brasil colonial, São José de Anchieta é mais do que um missionário e educador: ele é também o padroeiro dos farmacêuticos. Essa escolha está ligada à sua dedicação à saúde e ao cuidado com os enfermos, especialmente no período em que viveu entre os povos indígenas e ajudava na preparação de remédios naturais com base em plantas medicinais. Anchieta unia fé, ciência e compaixão, virtudes que dialogam diretamente com o exercício da farmácia moderna.

Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco em 2014, após o reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão. O caso considerado decisivo para sua beatificação aconteceu na cidade de Vitória, Espírito Santo, onde o jesuíta passou seus últimos anos. Uma mulher que sofria de esclerose múltipla em estágio avançado apresentou uma cura súbita, completa e permanente após uma novena feita por seus familiares pedindo a intercessão de Anchieta. O quadro, que não tinha perspectiva de reversão pela medicina, chamou a atenção da Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, que reconheceu oficialmente o episódio como um milagre.

A canonização e o título de padroeiro dos farmacêuticos reforçam a imagem de Anchieta como símbolo de cuidado, dedicação ao próximo e aliança entre fé e saúde. Ele representa um modelo de profissional que, mesmo antes da existência formal da profissão farmacêutica, já atuava com responsabilidade, conhecimento e amor ao próximo, valores essenciais para aqueles que, hoje, trabalham na promoção da saúde da população.

“A escolha de São José de Anchieta como padroeiro dos farmacêuticos é profundamente simbólica e inspiradora. Ele representa o cuidado com o próximo, o compromisso com a saúde e a valorização do conhecimento. Anchieta usava os recursos disponíveis para aliviar o sofrimento das pessoas, muito antes da farmácia ser reconhecida como profissão. É um exemplo de dedicação e humanidade que continua a nos guiar”, afirmou o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge João.