CFF lamenta feminicídio de farmacêutica em Santo André
Conselho Federal de Farmácia reforça campanha “Não Se Cale”, pede que vítimas denunciem ameaças e cobra punições mais duras
No dia em que o Brasil testemunhou uma onda de protestos contra o feminicídio em diversas cidades e apenas um dia após o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, noticiamos mais uma vítima dessa violência inaceitável. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) manifesta profundo pesar e repúdio ao assassinato da farmacêutica Daniele Guedes Antunes, de 38 anos. Daniele foi morta a facadas pelo ex-marido, Cristian Antunes, também de 38 anos, na manhã deste domingo (7), em sua residência no Jardim do Estádio, em Santo André (SP). A filha do casal, de apenas 11 anos, presenciou o crime. Segundo o boletim de ocorrência e familiares, Daniele já havia sido agredida anteriormente, em outubro, mas não registrou a ocorrência. O agressor foi preso em flagrante, confessou o crime e segue à disposição da Justiça.
O CFF repudia de forma veemente este ato de violência de gênero. O presidente do conselho, Walter da Silva Jorge João, ressaltou que não podemos fechar os olhos para uma situação como essa e destacou a urgência de medidas para enfrentar o machismo estrutural que sustenta o feminicídio. O conselho reforça que o silêncio diante de ameaças só favorece o agressor e que denunciar é um ato essencial de proteção e sobrevivência.
Desde março de 2023, o CFF promove a campanha Não Se Cale, criada para dar visibilidade à violência contra a mulher e incentivar denúncias. A iniciativa busca romper o ciclo de silêncio que impede muitas vítimas de pedir ajuda, oferecendo orientação para que procurem apoio e proteção. A Central de Atendimento à Mulher, pelo número 180, funciona 24 horas por dia e recebe denúncias de violência, encaminhando-as às autoridades competentes.
É fundamental que, diante de qualquer sinal de ameaça ou agressão, a mulher não permaneça calada. É necessário buscar imediatamente ajuda da polícia, recorrer às delegacias especializadas, às defensorias públicas ou, se houver risco iminente, buscar abrigos seguros até que medidas protetivas sejam aplicadas. A omissão do Estado e da sociedade tem custado vidas que poderiam ser preservadas.
O CFF faz um apelo para que todos os setores da sociedade, incluindo órgãos públicos, legislativo, judiciário e sociedade civil, se mobilizem para enfrentar o feminicídio e avançar no endurecimento das penas contra agressores. O conselho avalia que novas leis só terão impacto real se houver rigor na aplicação das medidas protetivas e punição exemplar aos criminosos. Apenas com denúncia ativa, justiça eficiente e compromisso coletivo será possível prevenir tragédias como a que tirou a vida de Daniele.