Farmacêutico lidera equipe que descobriu fórmula de urucum e cannabis que alivia dor crônica
Produto é resultado de um estudo feito no Laboratório de Pesquisa em Fármacos da Universidade Federal do Amapá

Uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Fármacos da Universidade Federal do Amapá (Unifap) realizou um estudo que reforça a eficácia de produtos feitos à base da planta conhecida como urucum (Bixa orellana) e de extrato de Cannabis sativa para o tratamento de dor crônica. As formulações, que já são comercializadas nas formas injetável e granulada, também foram desenvolvidas no laboratório da Universidade.
O efeito da combinação da planta encontrada na Amazônia com o potencial terapêutico do óleo extraído da folha de maconha foi explorado sob a coordenação do farmacêutico José Carlos Tavares Carvalho, autor de mais de 200 publicações científicas, e chefiada pelo também farmacêutico Heitor Ribeiro da Silva.
José Carlos Tavares
“O produto injetável (Cronic In) foi desenvolvido no laboratório e é uma nanoformulação polimérica contendo óleo de urucum. Ele vem atendendo a muitos pacientes, tanto para dores musculares e articulares quanto para síndromes metabólicas envolvendo diabetes, hipertensão e colesterol alto”, detalha Heitor da Silva.
Os testes foram realizados em modelos experimentais de dor em ratos Wistar, utilizando diferentes técnicas para avaliar e comprovar a eficácia dos compostos e os possíveis efeitos sinérgicos na modulação da dor. “Os resultados demonstraram que a junção das substâncias contribui significativamente para a redução da dor, sugerindo uma nova alternativa terapêutica. A avaliação desses produtos garante maior credibilidade frente à comunidade científica e aos consumidores, representando um avanço no uso dos fitocomplexos para o manejo da dor e uma nova perspectiva para milhões de pessoas”, afirma.
A produção dos produtos é feita por meio de parceria com a Ages Bioactive Compounds, que financiou boa parte da pesquisa. As fórmulas são ricas em delta-tocotrienol, um composto conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
A pesquisa foi sugerida e conduzida pelas estudantes de medicina Alicia Lopes e Lauana Gomes, como parte de um Projeto de Iniciação Científica. O grupo também contou com a participação dos farmacêuticos Aline Lopes do Nascimento e Abrahão Victor Tavares de Lima Teixeira dos Santos.