Passageira é flagrada com R$ 400 mil em medicamentos para emagrecimento presos ao corpo em Salvador
Caso acende alerta sobre a importância vital de comprar apenas em farmácias autorizadas

Uma passageira de 31 anos, natural de Tauá (CE), foi flagrada pela Receita Federal na noite de quarta-feira (4) transportando ilegalmente 90 canetas de medicamentos para emagrecimento no Aeroporto Internacional de Salvador. Os produtos apreendidos, avaliados em R$ 400 mil no mercado, consistiam em 60 unidades de Synedica Retatrutide e 30 de Mounjaro. A mulher chegava em um voo da Air Europa com origem em Bruxelas (Bélgica), escala em Madrid (Espanha) e destino final em Fortaleza, e os medicamentos estavam presos ao seu corpo durante a abordagem.
A apreensão ocorreu após alerta emitido pela equipe da Receita Federal no aeroporto de Fortaleza, evidenciando o trabalho integrado entre as unidades da instituição em todo o país. Embora o valor de mercado dos produtos seja estimado em R$ 400 mil, a passageira declarou tê-los adquirido por R$ 50 mil.
Chama a atenção o status regulatório dos medicamentos apreendidos. Enquanto o Mounjaro (Tirzepatida) possui aprovação da Anvisa para tratamento de diabetes e, em determinadas situações, obesidade, o Synedica Retatrutide é o ponto de maior preocupação. Este medicamento, considerado mais potente, ainda não foi liberado pela Anvisa e está em fase de estudos clínicos no Brasil. Desenvolvido com três hormônios que atuam no controle do apetite e na queima de gordura, sua previsão de liberação no país é apenas para 2026. O consumo de medicamentos não aprovados ou fora dos canais de vigilância sanitária representa sérios riscos à saúde, incluindo efeitos colaterais imprevisíveis e falta de garantia sobre sua segurança, qualidade e eficácia.
Este caso enfatiza a importância crucial de adquirir medicamentos exclusivamente em farmácias e drogarias devidamente autorizadas pela Vigilância Sanitária, que comercializem produtos regularizados e aprovados pela Anvisa. Comprar medicamentos de origem duvidosa, contrabandeados ou não regulamentados, como o Retatrutide apreendido, expõe o consumidor a perigos significativos. A garantia de segurança, eficácia e qualidade só é assegurada quando o produto é obtido por meio de canais legais e regularizados.
Após a abordagem, a Receita Federal lavrou Termo de Retenção e encaminhou tanto a passageira quanto os produtos apreendidos para a Polícia Federal, que investiga o caso como crime de contrabando. Coincidentemente, a apreensão no aeroporto ocorreu um dia depois que a Polícia Civil prendeu dois líderes de uma quadrilha especializada em roubar esses mesmos tipos de medicamentos em farmácias de Salvador. O alto valor de mercado e a promessa de emagrecimento rápido têm transformado essas canetas em objeto de desejo, tornando-as também alvo de ações criminosas como roubo e contrabando.