Novo fitoterápico feito do Alecrim-pimenta é incluído na relação de medicamentos do DF
A espécie Lippia origanoides deu origem à formulação em tintura indicada para o tratamento de dores de garganta
Projeto desenvolvido pela Farmácia Viva da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal tem como resultado a incorporação de um novo fitoterápico oficinal na relação de Medicamentos do Distrito Federal (REME). A espécie Lippia origanoides, popularmente conhecida como Alecrim-pimenta, deu origem à formulação em tintura indicada para o tratamento de dores de garganta (infecções orofaríngeas). O medicamento antisséptico de uso tópico deve ser utilizado diluído em água para gargarejo e bochecha.
O farmacêutico da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e membro do GT de Fitoterapia do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Nilton Luz Netto Júnior, explica que o Alecrim-pimenta é cultivado e utilizado pela Farmácia Viva desde 1990 e, em 2021, quando a Anvisa publicou a nova lista de fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, foi apresentada uma nova formulação feita a partir dessa planta, em forma de tintura.
O farmacêutico explica que a equipe da Farmácia Viva apresentou um projeto para a Secretaria de Saúde, que encaminhou a uma comissão de padronização de novos medicamentos, a Comissão de Farmácia e Terapêutica, e foi aprovado. Diante disso, eles desenvolveram a formulação a partir do cultivo próprio dessa espécie e, em outubro de 2022, lançaram o novo fitoterápico medicinal feito do Alecrim-pimenta.
Nilton Luz destaca ainda o viés social do projeto, já que a planta é cultivada pelo sistema prisional, numa área de cultivo dentro da fazenda modelo da Penitenciária da Papuda. Os presos agregados ao projeto cultivam com base nas boas práticas agrícolas e fazem a colheita. O processamento para se chegar à forma de tintura é feito na Farmácia Viva.
O lançamento já foi feito em nove unidades básicas de saúde do DF com a participação dos farmacêuticos, que são responsáveis pela divulgação do novo fitoterápico aos prescritores dessas unidades. A intenção agora é expandir para todas as unidades da rede pública de saúde. Os fitoterápicos podem ser retirados gratuitamente mediante apresentação de prescrição, em duas vias, e documento pessoal nas farmácias das unidades básicas.