Como anda a atuação farmacêutica no cuidado à saúde integral da mulher?

Ajude-nos a verificar a situação da saúde da mulher farmacêutica brasileira. Participe da pesquisa realizada por farmacêuticas da UFMG e do grupo @medfar_real, com o apoio do CFF e do CRF-MG

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Você, farmacêutico ou farmacêutica, realiza orientações ou atendimentos clínicos direcionados a mulheres abordando temas como contraceptivos, uso de medicamentos e cuidados na gestação ou profilaxia pós-exposição ao HIV? Qual orientação sobre o uso de anticoncepcional você realiza? E no seu local de trabalho, já identificou uma situação de violência/assédio à mulher relacionada a uma colega de profissão? E você, farmacêutica, já se sentiu prejudicada profissionalmente por ser mulher? Já foi exposta à violência e/ou ameaça de violência em seu local de trabalho? E em casa?

As perguntas fazem parte do questionário da pesquisa “Atuação Farmacêutica no Cuidado Integral da Mulher” e a sua vivência ou mesmo a ausência dela podem ajudar a traçar o perfil da atuação farmacêutica na área da saúde integral da mulher. Mais ainda: serão úteis na investigação de como está a saúde da mulher farmacêutica brasileira. Desenvolvida por Pesquisadoras da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do grupo de pesquisa @medfar_real, a pesquisa tem o apoio do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG). Para participar acesse o link - https://tinyurl.com/28myswew

Podem responder o questionário todos os farmacêuticos graduados, mesmo aqueles que não atuem com saúde da mulher. “A resposta "não trabalho" será importante para traçar o perfil nacional”, comenta a coordenadora da pesquisa, Mariana Gonzaga. A pesquisadora reforça a importância da participação de todos, independente do gênero. “A pesquisa vai traçar o perfil nacional da atuação de farmacêuticos e farmacêuticas na área da saúde da mulher e verificar como está a saúde das farmacêuticas brasileiras, mas todos, incluindo os homens, podem e devem responder.  Acreditamos que dados como esse são muito importantes para que possamos buscar um cenário melhor para vivermos”, acrescenta Mariana Gonzaga.

A vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Lenira da Silva Costa, conclama toda a categoria a participar. “O conselho tem buscado se envolver cada vez mais nesta temática porque entende o papel fundamental que nós, farmacêuticos, temos nessa área do cuidado à saúde. Também temos ciência das graves limitações de acesso das mulheres à assistência de que elas necessitam, e mais, do alto índice de violência contra a mulher no país”, destaca. “Levantar números nos permite traçar um panorama fiel da realidade e buscar meios para intervir por mudanças positivas neste cenário.” O CFF conta com um Grupo de Trabalho de Mulheres Farmacêuticas, composto pelas conselheiras federais, e tem apoiado inúmeras iniciativas voltadas ao combate à violência e de promoção à igualdade de gênero.

Essa não é a primeira pesquisa do grupo sobre o tema. Em maio foi aceito pela Revista Amazônia – Science & Health, o artigo “Violência contra a mulher farmacêutica: um estudo descritivo”, baseado em uma enquete aplicada a profissionais inscritos no Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF-MG), sobre experiências de violência de gênero em ambiente domiciliar e laboral. Ao total, 455 farmacêuticos responderam ao questionário, com maioria feminina (83,7%).  A violência envolvendo farmacêuticas no ambiente laboral foi relatada por 20,4% dos respondentes.

Entre as mulheres farmacêuticas, 23,1% relatou sofrer violência e 22,6% assédio sexual no ambiente laboral.  Cerca de 13% das farmacêuticas relatou ter sofrido violência doméstica.  A violência de gênero contra farmacêuticas em seus ambientes laboral e doméstico são frequentes, demandando ações de combate e prevenção.

É necessário   voltar   o   olhar   de   farmas para   o reconhecimento da violência contra a mulher, para que possam combatê-la, interrompendo o ciclo da violência nos ambientes que farmacêuticas estão inseridas”, destaca Elaine Baptista, conselheira federal de Farmácia suplente pelo estado de Minas Gerais e integrante do grupo.