Tragédia no Peru: soro intravenoso contaminado mata 4 e deixa 13 com sequelas graves
Produto com dosagem inadequada de sódio causou edema cerebral e desequilíbrio eletrolítico em pacientes

Um lote de soro fisiológico fabricado pela empresa Medifarma está no centro de uma investigação criminal no Peru após causar quatro óbitos e deixar treze pessoas com graves complicações neurológicas. O primeiro incidente ocorreu em março deste ano na Clínica Sanna, na capital Lima, onde dois pacientes faleceram pouco após receberem a solução intravenosa.
Testes laboratoriais revelaram que o produto apresentava concentração excessiva de cloreto de sódio, ultrapassando os limites estabelecidos pelas normas sanitárias. Essa anomalia desencadeou quadros de encefalopatia aguda e severas alterações nos níveis séricos de sódio nos pacientes expostos.
O soro contaminado, utilizado para diluição de medicamentos e assepsia de mucosas, havia sido distribuído para unidades de saúde em várias regiões do país. As vítimas incluíam desde um lactente de doze meses até idosos, além de pacientes oncológicos e em recuperação pós-operatória.
Diante da gravidade dos fatos, as autoridades sanitárias peruanas determinaram o recolhimento emergencial do lote comprometido e instauraram procedimento para apurar possível responsabilidade por morte culposa. A Polícia Nacional está realizando buscas na fábrica da empresa e coletando evidências nas instituições de saúde envolvidas.
Enquanto familiares das vítimas cobram justiça, especialistas em vigilância sanitária destacam a importância de revisar os mecanismos de fiscalização na produção de insumos médicos. A Medifarma mantém silêncio sobre o caso e não emitiu nenhum posicionamento oficial até o momento.