Farmacêutico denuncia déficit de auditores fiscais federais agropecuários

No primeiro Concurso Publico Nacional Unificado (CPNU) foram ofertadas 11 vagas para farmacêuticos

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O farmacêutico Janus Pablo, presidente do Anffa Sindical – entidade que representa os auditores fiscais federais agropecuários no Brasil – alertou, em artigo publicado no jornal Congresso em Foco, sobre o déficit de 1.350 profissionais para atuarem em defesa da saúde pública, da segurança dos alimentos que chegam à mesa da população e da credibilidade do agronegócio brasileiro.
 
A carreira dos auditores fiscais federais agropecuários completou 25 anos, no último dia 30 de junho. Criada para unificar e qualificar a fiscalização agropecuária, a carreira reúne profissionais altamente especializados, como engenheiros agrônomos, farmacêuticos, médicos veterinários, químicos e zootecnistas aprovados por concurso público e com respaldo do Estado para exercer funções de polícia administrativa.
 
Na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), realizado este ano pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), foram ofertadas 11 vagas para farmacêuticos auditores fiscais federais agropecuários. Janus Pablo afirma que a entidade comandada por ele, a Anffa Sindical, vem trabalhando muito em todas as esferas para que além das 11 vagas já aprovadas, sejam chamados mais auditores fiscais federais farmacêuticos.

 O farmacêutico Janus Pablo é o presidente  do Anffa Sindical, entidade que representa os auditores fiscais federais agropecuários no Brasil

“A atuação dos farmacêuticos no Ministério da Agricultura e Pecuária é ampla, estratégica e essencial para a segurança e qualidade dos produtos que chegam à população. Estamos presentes nos laboratórios oficiais, onde realizamos análises de controle de qualidade de alimentos, medicamentos veterinários, insumos agropecuários e produtos fiscalizados. Contribuímos diretamente para a vigilância e a rastreabilidade de contaminantes químicos, microbiológicos e resíduos de fármacos, garantindo padrões sanitários nacionais e internacionais” detalhou Janus Pablo.
 
Além disso, os fiscais atuam na fiscalização e auditoria de estabelecimentos que produzem, importam e comercializam produtos veterinários, como medicamentos, vacinas e aditivos, assegurando que cumpram as normas técnicas e legais vigentes. “Também estamos presentes na inspeção de bebidas como vinhos, cervejas, cachaças e outras bebidas registradas e fiscalizadas pelo MAPA, assegurando sua qualidade e conformidade com os padrões estabelecidos”, complementou o presidente da Anffa. 
 
Os farmacêuticos do MAPA também exercem um papel fundamental na área de políticas públicas e na formulação de normas técnicas e regulatórias. Eles participam de grupos técnicos, comissões e fóruns nacionais e internacionais, promovendo a harmonização de legislações e o fortalecimento do controle sanitário dos produtos agropecuários.
 
Com a ampliação das relações comerciais do Brasil com outros países, os farmacêuticos também têm atuado em cargos de representação internacional. Janus Pablo explica que a adidância agrícola é um campo de atuação relevante para o farmacêutico. “Nessa função, farmacêuticos podem representar o Brasil em outros países, promovendo as exportações de produtos agropecuários, negociando acordos sanitários e fitossanitários e articulando ações de cooperação internacional. Essa atuação contribui diretamente para a abertura, manutenção e ampliação de mercados para os produtos brasileiros”.
 
“Atualmente, somos cerca de 2.300 auditores em todo o país, número abaixo do necessário para dar conta da crescente demanda. O déficit precisa ser enfrentado com urgência, inclusive com a convocação dos aprovados e do cadastro de reserva no CPNU. Além disso, há carência de estrutura básica, como veículos, sistemas digitais e equipamentos essenciais para o exercício pleno das funções”, alertou Janus Pablo.
 
Em nome da Anffa Sindical, Janus demonstrou gratidão ao Conselho Federal de Farmácia (CFF), pela autarquia estar sempre vigilante às atribuições da carreira do farmacêutico, nas diversas áreas de atuação. “Sobretudo na área da agropecuária, que está em constante expansão e tem papel fundamental no fortalecimento do PIB brasileiro, os farmacêuticos exercem uma atuação estratégica. Contribuímos diretamente para a geração de riquezas, a abertura de novos mercados internacionais e a garantia da qualidade dos produtos agropecuários”.
 
Essa presença qualificada reforça a imagem do país como um fornecedor confiável de alimentos e produtos agropecuários de alta qualidade, alinhando-se aos compromissos internacionais e à crescente demanda por segurança sanitária, inovação e sustentabilidade no setor.