Acusado de matar a farmacêutica Yasminny foi condenado a 20 anos e 8 meses de prisão

Por homicídio doloso, quando há intenção de matar, por motivo torpe, por impossibilitar a defesa da vítima, feminicídio e porte ilegal de arma

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Em audiência realizada na cidade de Sumidouro (RJ), no dia 11 de setembro, o ex-namorado da farmacêutica vítima de feminicídio, Yasminny Couto Ribeiro, foi condenado a 20 anos e 8 meses de prisão por homicídio doloso, quando há intenção de matar, por motivo torpe, por impossibilitar a defesa da vítima, feminicídio e porte ilegal de arma. 

O crime comoveu toda a comunidade e, especialmente, a classe farmacêutica, pela forma violenta que ocorreu. A profissional, na ocasião com 28 anos, teve a vida tirada em fevereiro e era reconhecida na cidade por seu trabalho na área da saúde. Ela foi vítima de mais um ato covarde de um homem que não aceitava o término do relacionamento, na porta da própria casa. 

A mãe de Yasminny, Nilda Agostinho, disse se sentir angustiada ao ficar cara a cara com aquele que tirou a vida de Yasminny. "Foi muito difícil depor no julgamento, um sofrimento muito forte pra mim, como mãe, de não tê-la mais comigo para o resto da vida. Rever o assassino da minha filha foi muito difícil. Foi de cortar o coração ver aquela pessoa que deu seis tiros na minha filha."

O padrasto de Yasminny, José Carlos Arruda, também se pronunciou, elogiou a campanha promovida pelo Conselho Federal de Farmácia #NãoSeCale, que promove a denúncia de casos de abuso físico ou psicológico contra mulheres. "Quando verem um caso assim, não deixem chegar a esse ponto, denunciem. As campanhas de defesa da mulher são cruciais. Essa violência precisa acabar! Qualquer pena que fosse dado não seria suficiente para a dor e o tamanho das perda que nós tivemos", afirmou.   

A promotora responsável pelo caso, Dra. Sheila Cristina Vargas, prestou declaração ao CFF quanto à agilidade no julgamento. Em pergunta sobre o lamentável caso de feminicídio contra a Dra. Yasminny Couto Ribeiro, farmacêutica inscrita no Conselho Federal de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), causando impacto em toda classe do Brasil, fluminense e na sociedade do município de Sumidouro/RJ, a doutora deu a seguinte depoimento:

“A agilidade no julgamento deveu-se as diligências investigatórias realizadas na ocasião dos fatos. A polícia militar lotada no destacamento localizado no distrito de Campinas, conseguiu deter o suspeito poucos minutos após o assassinado. O delegado depolícia, Dr. Hebert Tavares, com apoio de sua equipe e dos policiais que já estavam diligenciando, conseguiram colher elementos de prova, como filmagens do circuito de segurança próximos ao local do fato e encontraram a arma usada no crime na propriedade do autor, dentre outros elementos que evidenciaram a autoria. Ele acabou confessando", explica. 

Ela diz que todas as provas periciais pertinentes à materialidade do feminicídio foram colhidas nessa mesma oportunidade e isto é muitíssimo importante, na medida em que o corpo da vítima e as lesões são muito simbólicos em crimes dessa natureza, caracterizados por muitos excessos, muita crueldade, como foi com Yasminny. 

"Não houve recurso da decisão de pronúncia e a defesa não suscitou qualquer incidente que provocasse a tramitação da ação, ainda porque seriam protelatórios. Expomos todas essas provas em plenário, exibidas num Datashow e complementamos com as argumentações pertinentes, corroborado pela prova testemunhal impactante, de sua mãe e amigos e de testemunhas do fato.” detalhou à Promotora.

Sem saber o que estava por vir, Yasminny escreveu sua última mensagem na sua rede social: "É como voar sem asas", ao postar uma foto em cima de um cavalo.

 

O texto foi feito com a colaboração do conselheiro regional de Farmácia do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) , Lucas Ramos Ribeiro.