Farmacêuticas poderão ser obrigadas a alertar sobre a presença de substâncias dopantes
É o que diz um projeto aprovado pela Comissão de Esporte que será analisado pelo plenário do Senado
As empresas farmacêuticas podem ser obrigadas a informar os consumidores sobre a presença de substâncias que possam caracterizar dopagem em medicamentos, de acordo com um projeto aprovado na Comissão de Esporte. O objetivo é prevenir o chamado doping acidental. Segundo o texto apresentado por Veneziano Vital do Rêgo, do MDB da Paraíba, os medicamentos contendo substâncias proibidas pelo Código Mundial Antidopagem devem obrigatoriamente incluir um aviso sobre essa informação nas bulas e em materiais de propaganda e publicidade.
O senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, que relatou a proposta na Comissão de Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor, destacou que muitos atletas falham nos exames antidoping por usarem medicamentos sem saber que contêm substâncias proibidas pelo Código Mundial Antidopagem.
A divulgação da presença de substâncias potencialmente dopantes nos medicamentos auxiliará os consumidores, especialmente os atletas, a evitar o doping acidental. Muitas vezes, medicamentos de venda livre contêm substâncias proibidas. Em outros casos, os atletas inadvertidamente consomem medicamentos sem a orientação de um profissional competente, correndo o risco de ingerir substâncias não permitidas.
A senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, que relatou a proposta na Comissão de Esporte, mencionou o caso da ex-ginasta Daiane dos Santos. Ao se submeter a um tratamento estético, a atleta inadvertidamente utilizou um medicamento diurético que continha uma substância proibida. É importante ressaltar que a lista de substâncias proibidas é constantemente atualizada, o que torna o acompanhamento extremamente complexo. Nesse episódio, Daiane foi considerada culpada e suspensa por cinco meses das competições.