Ajuste de preços de medicamentos pode registrar o menor índice em sete ano
Consumidor pode encontrar variações de preço entre farmácias

Conforme projeção divulgada pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), o reajuste médio para medicamentos em 2024 deve ficar em 3,48%, o menor patamar desde 2017. O índice ficará abaixo da inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acumula alta de 5,06% no último ano.
A estimativa segue critérios técnicos estabelecidos pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão ligado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Tradicionalmente, o novo percentual é divulgado no último dia útil de março, mas sua aplicação prática depende de fatores de mercado.
Como funciona o sistema de reajustes
A política de atualização de preços divide os produtos em três categorias, conforme o nível de concorrência:
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Alta concorrência: inclui genéricos e similares sem patente, com preços mais acessíveis devido à forte competição entre fabricantes. Esses itens têm reajustes maiores.
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Média concorrência: abrange medicamentos similares e genéricos recém-lançados, mas com competição ainda limitada.
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Baixa concorrência: produtos com patentes vigentes, que permitem preços elevados pela ausência de concorrentes diretos.
Em nota, Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma, alertou: "O teto histórico baixo compromete investimentos estratégicos em P&D e na expansão da capacidade produtiva do setor". O executivo destacou que o modelo atual de controle de preços gera "desequilíbrios financeiros crônicos" para as empresas.
Impacto no consumidor
Apesar da definição anual do índice – que compensa custos acumulados em 12 meses –, farmácias podem postergar aumentos conforme estoques e estratégias comerciais. "Recomendamos que os pacientes compareçam preços entre estabelecimentos, pois variações temporárias são comuns", orientou Mussolini.
Especialistas apontam que medicamentos de alto custo e baixa concorrência tendem a seguir o reajuste integral, enquanto genéricos podem manter estabilidade por meses, dependendo da dinâmica regional de abastecimento.