Influenciador viraliza com "gominha" para disfunção erétil e gera alerta sobre riscos à saúde

Anúncio com cenas de mulheres desacordadas e apelo sexual é criticado por banalizar medicamentos; Conselho Federal de Farmácia reforça: "Automedicação pode levar à morte"

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Com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, o influenciador digital Jon Vlogs está no centro de uma controvérsia após lançar a primeira "gominha" de tadalafila do Brasil, medicamento utilizado para tratar disfunção erétil. O produto, apresentado em formato de bala mastigável, foi divulgado em um anúncio que viralizou nas redes sociais, mas chamou atenção pelo teor questionável: na propaganda, o influenciador aparece rodeado de mulheres desacordadas em um cenário de festa e, após tomar a "balinha", sugere que o produto resolveria "problemas íntimos".

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) lamenta a banalização do uso de medicamentos e alerta para os riscos de promover substâncias controladas sem orientação profissional. É preocupante ver influenciadores tratarem a saúde como entretenimento. Medicamentos não são brinquedos: seu uso exige prescrição de profissional habilitado, acompanhamento farmacêutico e responsabilidade.

Riscos à saúde e apelo irresponsável
A tadalafila é um fármaco indicado para homens com dificuldade de obter ou manter ereções, mas seu uso indiscriminado pode levar a efeitos colaterais graves, como dores de cabeça, rubor facial, congestão nasal e, em casos extremos, alterações na visão ou ritmo cardíaco. O medicamento é contraindicado para pacientes com problemas cardiovasculares ou que utilizam nitratos, comum em tratamentos para angina. A automedicação coloca vidas em risco. Não há espaço para brincadeiras quando falamos de saúde pública.

Na campanha de Jon Vlogs, no entanto, a mensagem parece ignorar esses alertas. A cena em que o influenciador ingere a "gominha" e sugere efeitos imediatos reforça um discurso perigoso, associando o medicamento a soluções rápidas e sem contraindicações. A postagem enaltece o uso irracional de medicamentos, desconsiderando a complexidade do tratamento de disfunções sexuais, que envolve fatores físicos e psicológicos.

Responsabilidade nas redes sociais
O caso reacende o debate sobre o papel de influenciadores digitais na promoção de produtos que impactam a saúde. A falta de critério na divulgação de substâncias controladas expõe seguidores a riscos evitáveis. Influenciadores precisam entender que saúde não é um trend topic. É uma questão séria, que exige conhecimento técnico e ética. Um comprimido, mesmo em formato de goma, não é inofensivo. A automedicação pode mascarar doenças graves e até levar à morte.

Não se deixe influenciar por promessas milagrosas. Sua saúde merece respeito.