Estudo brasileiro revisa eficácia de medicamentos contra Alzheimer

Pesquisa feita por farmacêuticos reuniu 64 estudos clínicos e apontou quais fármacos oferecem benefícios mais consistentes ao controle da disfunção cognitiva

Image description

Um grupo de pesquisadores brasileiros realizou uma ampla revisão científica para avaliar a eficácia e a segurança dos medicamentos usados — ou em investigação — no tratamento da doença de Alzheimer. O estudo, liderado pela farmacêutica Sâmia Andrade, analisou 64 ensaios clínicos e foi publicado na revista Dementia & Neuropsychologia (Drugs in Alzheimer’s disease: a systematic review).

Segundo a pesquisa, os medicamentos donepezila, galantamina e rivastigmina continuam sendo os que apresentam melhores resultados clínicos no controle dos sintomas cognitivos da doença, embora seus efeitos ainda sejam considerados modestos. A revisão também destacou o avanço das formulações transdérmicas (adesivos), que mostraram eficácia semelhante às cápsulas e podem facilitar a adesão ao tratamento, especialmente entre pacientes com dificuldade de deglutição.

Outros fármacos, como pioglitazona, resveratrol e metrifonato, tiveram resultados promissores em alguns estudos, mas ainda carecem de evidências sólidas. “A ciência tem avançado muito na busca de medicamentos capazes de modificar a progressão da doença, mas a verdade é que ainda não há uma cura ou tratamento que interrompa o processo neurodegenerativo”, explica Sâmia Andrade, autora principal do estudo.

A pesquisadora destaca que, embora os medicamentos disponíveis ofereçam apenas alívio temporário dos sintomas, cada novo estudo amplia a compreensão sobre o Alzheimer e ajuda a direcionar os esforços da comunidade científica. “Essas revisões são essenciais para que pesquisadores e profissionais de saúde identifiquem as lacunas existentes e possam propor novas estratégias terapêuticas”, afirma.

O estudo foi conduzido em parceria entre instituições como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a Universidade Federal de Goiás (UFG), o Centro Universitário Santo Agostinho e a Faculdade de Tecnologia de Teresina.

A íntegra do artigo está disponível aqui.