China exige qualificação de influenciadores em temas sensíveis
Regra prioriza credenciais em saúde e amplia espaço para farmacêuticos na produção de conteúdo técnico
A Administração do Ciberespaço da China (CAC) aprovou uma norma que determina que criadores de conteúdo sobre saúde, medicina, finanças, direito ou educação comprovem formação por diploma, licença ou certificado profissional.
Plataformas como Douyin, Weibo e Bilibili passam a ser responsáveis pela verificação dessas credenciais antes da publicação, com atenção especial para conteúdos relacionados à saúde e ao uso de medicamentos.
A regulamentação também exige que influenciadores indiquem quando utilizam material gerado por inteligência artificial ou quando as informações são baseadas em fontes específicas, permitindo ao público diferenciar opinião, dado técnico e conteúdo automatizado.
O CAC incluiu ainda a proibição da publicidade de produtos médicos, suplementos e alimentos funcionais, medida estabelecida para restringir promoções que vinham sendo apresentadas como conteúdo educativo.
No setor da saúde, a mudança interfere diretamente na divulgação sobre medicamentos. Criadores sem formação técnica podem enfrentar limitações para abordar temas especializados, enquanto profissionais de saúde, incluindo farmacêuticos, ganham mais espaço para fornecer informações confiáveis ao público.
O impacto econômico também é relevante. A norma afeta um mercado bilionário e pode gerar demanda crescente por profissionais qualificados que atuem na comunicação de conteúdos técnicos.
A medida reforça o debate sobre quem deve orientar o público em assuntos especializados e tende a influenciar discussões internacionais sobre responsabilidade e qualificação na produção de conteúdo digital.