Dia Nacional de Controle da Asma: CFF lança material uso de dispositivos inalatórios
O farmacêutico pode atuar desde o rastreamento, do controle da asma e no paciente em tratamento com vistas à otimização terapêutica
A asma é uma das doenças crônicas respiratórias (DCR) com maior prevalência no mundo e está na lista das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) que representam um dos maiores desafios para a saúde pública global, especialmente para os países de baixa e média renda. A condição afeta tanto crianças quanto adultos e acomete cerca de 300 milhões de pessoas no mundo.
No Brasil, comemora-se o Dia Nacional de Controle da Asma em 21 de maio. A data tem como objetivo aumentar a conscientização sobre prevenção e controle da doença e coincide com a chegada do inverno, período em que os sintomas se agravam por conta das baixas temperaturas e há uma maior permanência das pessoas em ambientes fechados.
Em 2021, o SUS registrou 1,3 milhão de atendimentos a pacientes com asma na Atenção Primária à Saúde. Dado do Ministério da Saúde mostram que aproximadamente 20 milhões de pessoas convivam com a asma no Brasil, o que representa 23,2% da população, com incidência variando de 19,8% a 24,9% entre as regiões do País. Em 2019, a doença causou mais de 461 mil mortes no mundo e apresenta consideráveis desafios relacionados ao diagnóstico e manejo, tendo como consequência a redução da qualidade de vida, impactos sociais e econômicos e a sobrecarga dos sistemas públicos de saúde.
Atuação do farmacêutico no controle da asma
Apesar do desenvolvimento de novos medicamentos, publicações de diretrizes baseadas em evidências e aumento do acesso aos tratamentos, a não-adesão, a técnica inalatória incorreta, o subdiagnóstico e a falta de controle da doença ainda têm sido os principais fatores que contribuem para a morbimortalidade por asma.
O farmacêutico pode atuar desde o rastreamento, do controle da asma, bem como acompanhando o paciente em tratamento com vistas à otimização terapêutica. Nesse sentido, em setembro de 2021, a Federação Internacional Farmacêutica (FIP) publicou um chamado para a ação, com o objetivo de mobilizar farmacêuticos, organizações e lideranças sobre a importância de mitigar o impacto da poluição do ar. A entidade também defende a expansão do papel do farmacêutico e de sua contribuição aos desafios impostos pelas doenças respiratórias crônicas, considerando que estão posicionados de forma estratégica para rastrear e acompanhar indivíduos com sinais e sintomas respiratórios, que podem contribuir para otimizar a farmacoterapia e prover serviços como a educação do paciente, a vacinação.
Com o intuito de engajar ainda mais a categoria no acompanhamento e assistência aos pacientes com asma, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) lança, na próxima sexta-feira (24), uma série de materiais educativos, um sobre asma e 11 contendo instruções detalhadas para o uso de diferentes dispositivos inalatórios.
"Os farmacêuticos estão preparados para prestar serviços clínicos em farmácias, rastrear e educar sobre a asma, o que contribui para aumentar o conhecimento sobre a doença e para melhorar a adesão ao tratamento. Esses folders educativos serão uma forma de reforçar e facilitar este trabalho, focado no uso correto da técnica inalatória", reforça o presidente do CFF, Walter Jorge João.
A coordenadora do projeto, Josélia Frade, destacou que “os materiais educativos foram desenvolvidos seguindo rigor acadêmico” e, agradeceu “à diretoria e conselheiros federais pelo apoio, aos pacientes e especialistas que participaram de todo o processo de construção de conteúdos e validação de imagens, e aos incansáveis designers gráficos e desenhistas que transformaram os conteúdos em uma verdadeira obra de arte”.
Estudos realizados em diversos países têm demonstrado que os farmacêuticos também podem contribuir para reduzir a utilização dos serviços de saúde, as taxas de hospitalização, o uso de medicamentos de alívio e a frequência de despertares noturnos devido à asma.