Estudantes do Ceará criam caneta que detecta drogas em bebidas
Presidente do CFF parabeniza as estudantes

Em meio a um cenário de crescente valorização da ciência e da inovação, cinco estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) José Maria Falcão, de Pacajus, no Ceará, ganharam destaque nacional ao desenvolverem a Drug Test Pen, uma caneta que identifica bebidas adulteradas com benzodiazepínicos, substâncias comumente usadas no golpe conhecido como “boa noite, Cinderela”. O projeto será apresentado na 23ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo.
“Essas jovens cientistas são um exemplo brilhante de como a criatividade, o conhecimento técnico e o compromisso social podem transformar vidas. Elas não apenas identificaram um problema real, mas também desenvolveram uma solução acessível e eficaz, o que é essencial para a promoção da saúde e da segurança pública”, destacou Walter Jorge João. “Espero que essa experiência inspire estudantes a seguir carreiras científicas, especialmente na Farmácia, uma área que oferece infinitas possibilidades de atuação e impacto positivo na sociedade.”
O projeto das estudantes, desenvolvido sob a orientação da professora Elly Hanna de Lima Sobrinho, partiu de uma pesquisa detalhada sobre substâncias utilizadas em crimes de dopagem. Após selecionarem os benzodiazepínicos — medicamentos com efeitos hipnóticos e ansiolíticos —, as alunas testaram reagentes colorimétricos não tóxicos até encontrarem uma fórmula que reagisse de forma visível e segura. O resultado é uma caneta que, ao traçar uma linha em um papel filtro ou guardanapo e pingar algumas gotas da bebida, identifica a presença de substâncias dopantes em cerca de 10 segundos.
“Fizemos vários testes com os reagentes disponíveis no laboratório da escola até encontrar um que fosse acessível e eficaz. Queríamos algo que qualquer pessoa pudesse usar facilmente em locais públicos”, explicou Maria de Fátima Rodrigues Xavier Soares, uma das autoras do projeto. A equipe também inclui as estudantes Ana Clara Torres do Vale, Ana Letícia Sousa de Oliveira, Bianca Emanuelle da Silva Lino e Mariana Severiano Menezes.
A Drug Test Pen pode ser produzida por R$ 10, enquanto outras soluções disponíveis no exterior chegam a custar R$ 300. Essa “diferença exorbitante de valor” tem duas principais razões, segundo Maria de Fátima. “O primeiro é porque o nosso reagente possui um ótimo custo-benefício e o segundo é porque o que mais agrega valor a outros projetos é o dispositivo, que possui um alto custo de produção”, afirma.
Para o presidente do CFF, iniciativas como essa reforçam a importância de investir em educação científica e em políticas que promovam a equidade de gênero nas áreas de ciência e tecnologia. “Precisamos de mais mulheres na ciência, na pesquisa e na Farmácia. Essas jovens são a prova de que, com oportunidades e incentivo, podemos transformar realidades e construir um futuro mais justo e inovador”, afirmou Walter Jorge João. “Torço para que elas continuem trilhando esse caminho e que muitas outras se inspirem em seu exemplo.”
O projeto das estudantes cearenses será apresentado na Febrace, um dos principais eventos de ciência e engenharia do país, que ocorre neste mês em São Paulo. A feira é uma oportunidade para jovens cientistas mostrarem suas ideias e, quem sabe, darem os primeiros passos em carreiras promissoras, como a Farmácia, área que, segundo o presidente do CFF, “está de portas abertas para mentes brilhantes e comprometidas com o bem-estar da sociedade”.