OMS: uma em cada três pessoas no mundo sofre de pressão alta e 80% não recebe o tratamento adequado
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo alarmante que revela que uma em cada três pessoas no mundo sofre de pressão alta ou hipertensão.
No primeiro relatório sobre o impacto da hipertensão arterial, a OMS alerta que quase metade dos pacientes não tem conhecimento da condição potencialmente fatal que possuem, e mais de 80% não estão recebendo o tratamento necessário. A ausência de tratamento adequado pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto, insuficiência cardíaca e doença renal crônica, entre outros problemas de saúde. O estudo também destaca que mais de três quartos dos adultos hipertensos vivem em países de renda média e baixa.
Este relatório, divulgado durante a 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), revela que o Brasil possui uma taxa de pacientes hipertensos superior à média global, que varia entre 30% e 40%. Aqui, 42% das pessoas com idades entre 30 e 79 anos sofrem de hipertensão. Dessas, 67% foram diagnosticadas, 62% estão em tratamento, e apenas 33% conseguiram controlar a condição. Apesar de uma diminuição nos casos descontrolados desde os anos 2000, o relatório alerta que o progresso não foi suficiente. Em um cenário ideal, até 2040, seria possível evitar 365 mil mortes no Brasil. O principal fator de risco no país é o sedentarismo, afetando 47% da população acima dos 18 anos, seguido pela obesidade, que atinge 22% na mesma faixa etária.
De acordo com a OMS, o número de pessoas vivendo com hipertensão, ou seja, com pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg ou que fazem uso de medicamentos para tratar a condição, dobrou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão.
O papel do farmacêutico
O farmacêutico desempenha um papel importante na educação e orientação dos pacientes com hipertensão arterial sistêmica. Ele pode ajudar os pacientes a entender a importância de manter a pressão arterial sob controle e a adotar hábitos saudáveis para reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares.
Eliane Campesatto, membro do GT de Saúde Pública, do Conselho Federal de Farmácia, destaca que: “O farmacêutico também pode fornecer orientações sobre o tratamento não farmacológico, como atividade física regular, alimentação saudável, redução da ingestão de sódio, consumo moderado de álcool. E sobre o tratamento farmacológico, detectando problemas relacionados a medicamentos (PRMs), interações medicamentosas, reações adversas, entre outras”.
Sobre a aferição da pressão arterial, Eliane ressalta que é um indicador muito importante para a manutenção da saúde do paciente e um serviço clínico que pode ser prestado pelo farmacêutico. “O mesmo pode aferir a pressão arterial com o objetivo de realizar rastreamento de casos suspeitos e para monitorização da eficácia do tratamento medicamentoso. As medidas feitas na farmácia podem ser registradas de forma cronológica (carteira do hipertenso). Quando evidenciado um descontrole na pressão arterial, o paciente é encaminhado pelo farmacêutico para um serviço de saúde” conclui a farmacêutica.
Estudos mostram que o papel do farmacêutico no cuidado e acompanhamento ao hipertenso é fundamental para a melhora da sua condição de saúde, por meio de suas orientações e serviços, reduzindo os riscos associados à hipertensão arterial e proporcionando uma maior eficácia e adesão ao tratamento farmacológico, deixando claro a importância do farmacêutico como um profissional promotor da saúde e qualidade de vida.