Sociedade Brasileira de Diabetes faz alerta contra relógios para medir a glicose
Dispositivos, que dizem medir a glicemia de forma não invasiva, não são aprovados pela Anvisa e FDA e ainda necessitam de mais estudos até serem considerados seguros
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB) alerta que o uso de relógios que dizem medir a glicose de forma não invasiva não é recomendado porque faltam estudos que demonstrem a confiabilidade. O uso desses dispositivos pode criar riscos para o usuário. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Federal Drug Administration (FDA) não aprovaram esses medidores. A farmacêutica e conselheira federal de Farmácia por Sergipe, Fátima Aragão, concorda com o alerta da Sociedade Brasileira de Diabetes.
De acordo com Fátima Aragão, o consumidor deve questionar a segurança e confiabilidade desses equipamentos, já que faltam estudos que comprovem o uso desses relógios para medir a glicose de forma não invasiva. “Tanto para o diabetes, quanto para qualquer doença crônica, o controle é essencial. Vivemos um tempo em que o avanço tecnológico na área da saúde é notório, porém, confiar plenamente nestes medidores pode acarretar em graves prejuízos ao controle do diabetes. Talvez num futuro próximo, depois de estudos que comprovem eficiência destes relógios, possamos ter uma nova alternativa para medição sem picadas de lancetas ou agulhas”.
Vendidos principalmente pela internet, esses dispositivos usam métodos ópticos, de micro-ondas ou eletroquímicos para medir a glicemia. Entretanto, o valor medido ainda não tem muita correlação com o valor real da glicose no sangue e a faixa linear é estreita, de acordo com pesquisas. Isso faz com que a correção subsequente do algoritmo seja necessária, tornando esse tipo de avaliação ainda duvidoso e sem real comprovação científica por estudos robustos.
Alguns relógios sinalizam que a medição é feita por Radiofrequência, sendo que estudos mostram muitas interferências de acordo com temperatura corpórea, sudorese local, reação alérgica e outros fatores que poderiam reduzir a acurácia (exatidão) deste método e, portanto, a segurança da pessoa com diabetes.