Estudo avalia uso de medicamentos antidiabéticos para perda de peso

Consequências para a saúde do uso da metformina, liraglutida e semaglutida para emagrecimento é tema de levantamento feito por farmacêuticos

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Um estudo feito por farmacêuticos e publicado na revista científica da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Diversitas Journal, analisou quais os efeitos da metformina, liraglutida e semaglutida no emagrecimento humano. Eles realizaram um levantamento bibliográfico desses que são os medicamentos antidiabéticos mais utilizados para o emagrecimento e avaliaram as consequências desse uso a para a saúde humana.

Dados coletados pelos pesquisadores dão conta de que, até 2045, está previsto que 693 milhões de adultos sejam afetados, mundialmente, pelo diabetes. Atualmente, só no Brasil, há mais de 16,5 milhões de pessoas portadoras dessa doença, o que o torna o país líder do ranking da América Latina com pessoas diabéticas.  Por outro lado, a obesidade já afeta cerca de 300 milhões de adultos no mundo e tem como principais fatores o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, excesso de sódio, gorduras e açúcar nas dietas. 

Estudos iniciais, de 1998, conduzidos por Lee & Morley, demonstraram que a metformina diminui o consumo de alimentos e induz a perda de peso em indivíduos obesos com diabetes tipo II, indicando que pacientes diabéticos obesos se beneficiam com o tratamento de controle glicêmico, uma vez que o medicamento também ajuda a controlar o peso. Porém, esse aparente benefício deu origem ao surgimento de uma prática que vem sendo cada vez mais comum, o uso de medicamentos antidiabéticos para emagrecimento mesmo em pessoas não diabéticas. Os medicamentos mais comumente relatados na literatura foram Metformina, Liraglutida e Semaglutida. 

Esses três medicamentos demonstraram ser efetivos no emagrecimento, tendo a liraglutida efeito mais pronunciado, inclusive em estudos clínicos. A metformina e a semaglutida demonstraram reduzir peso, principalmente, quando associados à prática de exercício físico e mudança de hábito alimentar. Entretanto, a autora principal do estudo, Sâmia Andrade, alerta para o fato de que esses medicamentos ainda não foram aprovados com a finalidade de emagrecimento e uma série de efeitos colaterais foram relatados, principalmente, associados ao sistema gastrointestinal como náusea, vômito e diarréia. 

De acordo com a pesquisadora, com base nos dados avaliados, “a melhor forma de reduzir o peso corporal continua sendo a prática de atividade física e mudança do estilo de vida. E, uma vez que tais práticas não são suficientes, pode-se optar pelo uso de anorexígeno com a devida prescrição e orientação de um profissional de saúde”, afirma Sâmia Andrade. 

Outro problema associado ao uso desses antidiabéticos é o da automedicação, apontado como problema mundial de saúde pública. “Essa prática pode apresentar um sério risco para o indivíduo, pois pode ocasionar alterações no trânsito intestinal, diarreia, ansiedade, confusão, insônia, alterações do humor e comportamento violento”, relata Sâmia Andrade, que destaca, ainda, a maior necessidade da atuação do farmacêutico no processo de educação dos usuários desses medicamentos para se evitar o uso irracional de medicamentos antidiabéticos no intuito de emagrecer.

Leia o artigo completo em https://diversitasjournal.com.br/diversitas_journal/article/view/2720