Estudo indica que alergias alimentares podem ser reduzidas com medicamento para asma
Pesquisa demonstrou eficácia do omalizumab para melhoria da tolerância aos alérgenos alimentares
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Pesquisa realizada na Universidade Johns Hopkins revelou que o omalizumab, medicamento aprovado para tratar asma persistente grave provocada por alergia, também pode limitar “reações potencialmente fatais” a alergias alimentares em crianças.
“A vida cotidiana dos pacientes com alergia alimentar é consumida pelo medo da exposição acidental a alérgenos alimentares”, disse o Dr. Robert Wood, professor de pediatria da Universidade e principal autor do estudo, em um comunicado.
No pronunciamento, o cientista observou que as descobertas da equipe têm potencial para ser muito significativas, e potencialmente até mesmo transformadoras, para pessoas com alergias alimentares.
Metodologia
O estudo envolveu 180 crianças e adolescentes, sendo 177 com menos de 17 anos. Os participantes receberam omalizumab ou um placebo durante quatro a cinco meses. Todos os pacientes do estudo tinham histórico de alergia ao amendoim e pelo menos duas outras alergias alimentares.
Os pesquisadores utilizaram o Omalizumabe, da marca Xolair, que é uma injeção que atua ligando-se e desativando a imunoglobulina E (IgE), molécula responsável por desencadear alergias e observaram, no grupo de pacientes que recebeu a formulação, como respondiam à ingestão de pequenas quantidades de alimentos alergênicos. Cerca de 67% das pessoas que tomaram o medicamento conseguiram ingerir 600mg ou mais de proteína de amendoim sem sintomas graves, enquanto apenas 7% do grupo do placebo conseguiu isso.
O omalizumabe se mostrou eficaz para sete alérgenos alimentares diferentes e resultados semelhantes também ocorreram com outros alimentos mais comuns, como nozes, leite e ovos.
Os resultados levaram a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA a aprovar o omalizumab para tratar alergias alimentares em certos adultos e crianças com um ano ou mais. No entanto, os pacientes ainda devem realizar tratamento de emergência, pois o estudo mostrou que, para 14% dos indivíduos, a sua tolerância permaneceu extremamente baixa.