Farmacêuticos reforçam importância de orientação profissional após morte de jovem no futebol
Jovem de 23 anos morreu em Feira de Santana (BA) após tomar medicamento para disfunção erétil antes de partida; especialistas alertam para riscos do uso indevido de medicamentos.
Um jovem de 23 anos morreu na manhã de segunda-feira (20/10/2025) após tomar um medicamento para disfunção erétil antes de jogar futebol, em Feira de Santana (BA). Ele passou mal no domingo (19/10) e foi levado pelos pais a uma policlínica, onde informou ter ingerido um medicamento similar à tadalafila e apresentava fortes dores de cabeça e dor atrás dos olhos. O prontuário indica que o rapaz permaneceu em observação durante a noite, mas seu estado piorou na madrugada seguinte. A equipe médica tentou reanimação, mas não conseguiu reverter a parada cardíaca. O óbito foi constatado por volta das 8h40 de segunda-feira, e o caso está sob investigação da Polícia Civil de Feira de Santana, classificado como “morte a esclarecer”.
Especialistas ressaltam que o episódio reforça os perigos da automedicação. Autoridades em saúde enfatizam que os medicamentos não são inofensivos e devem ser utilizados apenas quando necessário, seguindo rigorosamente a orientação de profissionais capacitados. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já alertou que o uso recreativo ou estético de medicamentos para impotência pode causar efeitos graves, como infarto, AVC e dependência psicológica. O órgão reforça que esses produtos só têm aprovação para uso médico sob prescrição, não podendo ser utilizados como suplementos para treino.
Farmacêuticos alertam especificamente sobre o uso indevido de medicamentos contra disfunção erétil em treinos. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) destaca que medicamentos, incluindo a tadalafila, não devem ser tratados de forma leviana. Combinar atividades físicas com o uso irresponsável de medicamentos é potencialmente prejudicial à saúde. Embora essas substâncias provoquem dilatação dos vasos sanguíneos, elas não foram desenvolvidas para aumentar o desempenho esportivo, e seu uso indevido pode trazer sérios riscos. Qualquer medicamento deve ser sempre prescrito e utilizado sob orientação de um farmacêutico.
Para os farmacêuticos, orientar pacientes sobre o uso correto de medicamentos é parte fundamental da profissão. Em ambientes esportivos, a atuação desses profissionais é essencial, pois eles esclarecem dúvidas sobre efeitos farmacológicos, toxicológicos, reações adversas, interações, posologia e contraindicações. Os profissionais recomendam que todo tratamento, mesmo com medicamentos vendidos sem prescrição, seja discutido previamente com o médico ou o farmacêutico, garantindo um uso seguro e consciente. Dessa forma, é possível evitar consequências graves, como a ocorrida em Feira de Santana, reforçando a importância de não misturar medicamentos com atividades físicas sem supervisão adequada.