Medicamento ou remédio?

Saiba quais são as diferenças entre os termos

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No dia a dia, é muito comum notar pessoas ou meios de comunicação utilizando a palavra remédio como sinônimo de medicamento. No entanto, elas não possuem o mesmo significado. Para responder a esta questão, precisamos de perguntar sobre a finalidade – mais especificamente, qual é a finalidade de um medicamento e qual é a finalidade de um remédio?

Medicamentos

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os medicamentos “produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico.”

Os medicamentos são substâncias ou preparações elaboradas em farmácias (medicamentos manipulados) ou indústrias (medicamentos industriais), que devem seguir determinações legais de segurança, eficácia e qualidade.

Logo, os medicamentos possuem como função de prevenir, curar, diagnosticar ou aliviar os sintomas de uma determinada doença e devem atender às as especificações técnicas e legais da legislação brasileira de vigilância sanitária.

Um medicamento também tende a ter muitos componentes diferentes. Além do princípio ativo, os medicamentos também contêm outras substâncias, chamadas excipientes, que auxiliam na formulação e na eficácia daquele medicamento para o paciente.

Ao usar um contraste radiológico, por exemplo, não se pode esperar que ele cure uma doença, pois é um medicamento com a finalidade de ajudar o diagnóstico. O mesmo acontece com a aplicação de vacinas, que não devem ser aplicadas para cura, uma vez que atuam na prevenção de algumas doenças.

Remédios

Os remédios, quando comparados com os medicamentos, apresentam uma definição mais abrangente. A ideia de remédio inclui conceitos, além dos medicamentos, sobre cuidados e recursos terapêuticos com a mesma finalidade, curar ou aliviar os sintomas, desconforto e mal-estar. O remédio, portanto, não necessariamente tem que ter passado por controle de qualidade, segurança e eficácia, podendo, ser inclusive, caseiro.

Alguns exemplos de remédio são: banho para diminuir o mal-estar causado pela febre, compressa quente ou fria; chá caseiro para aliviar a dor de garganta; repouso; hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física regular; medicamentos, entre outros.

Assim, um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas ainda não é um medicamento; para isso, deve atender a uma série de exigências do Ministério da Saúde, visando garantir a segurança dos consumidores.

Podemos concluir, portanto, que medicamentos devem ser usados apenas quando se sabe a ação que se espera com aquele uso, uma vez que são bastante específicos. Além disso, um medicamento é preparado exclusivamente em farmácias ou indústrias, seguindo um rigoroso padrão de qualidade. Os remédios, por sua vez, são usados para o alívio e a cura de algumas doenças, mas nem sempre atendem às regras do Ministério da Saúde.

Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento.

Referências:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. A informação é o melhor remédio. 2008. 

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. O que devemos saber sobre Medicamentos. 2010.

Orientação sobre o uso de medicamentos. – Rio de Janeiro: Fiocruz, Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), 2021. 24 p.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. 2024. Conceitos e definições.