Governo Federal monitora intoxicações por metanol em São Paulo
Ministério da Saúde confirma dez casos e três mortes; alerta envolve bares e consumo social de bebidas destiladas

O Ministério da Saúde está monitorando os casos de intoxicação por metanol no estado de São Paulo e orientou todas as unidades de saúde, especialmente da rede de urgência e emergência, a seguirem o protocolo de notificação de intoxicações exógenas.
Em reunião extraordinária do Comitê Técnico do Sistema de Alerta Rápido (SAR), realizada nesta segunda-feira (29), foi confirmado o décimo caso de intoxicação relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas no estado. Até o final do dia, três óbitos haviam sido registrados.
O encontro foi coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta informou que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) emitirá alerta aos Procons de todo o país, com recomendações a fornecedores e consumidores sobre segurança na comercialização e no consumo de bebidas alcoólicas. O Ministério da Agricultura e Pecuária também levanta informações para possíveis ações de fiscalização.
Segundo comunicado oficial, o padrão dos casos chama a atenção. Historicamente, episódios de intoxicação por metanol estavam associados a pessoas em situação de rua ou em extrema vulnerabilidade, após ingestão de álcool adulterado em postos de gasolina. Agora, porém, os pacientes intoxicados relataram consumo recente de bebidas destiladas em ambientes sociais, como bares, envolvendo diferentes tipos de destilados, entre eles gin, whisky e vodka.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública destacou a possibilidade de haver casos ainda não notificados ou em investigação. Participaram da reunião representantes de diferentes órgãos, incluindo Anvisa, Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Científica de São Paulo, Instituto Médico Legal e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Na manhã desta terça-feira (30), os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e da Saúde, Alexandre Padilha, além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, darão uma coletiva para detalhar o plano de ação do Governo Federal.
Risco grave à saúde
A intoxicação por metanol é considerada emergência médica de extrema gravidade. Quando ingerido, o composto se transforma em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que podem causar cegueira e até levar à morte.
Os principais sintomas são visão turva, perda de visão, náuseas, vômitos, dores abdominais, sudorese e mal-estar generalizado. Diante desses sinais, o governo orienta procurar imediatamente atendimento médico e contatar um dos serviços especializados, como o Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001) ou os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox).
“É fundamental identificar e orientar pessoas que possam ter consumido a mesma bebida, recomendando avaliação médica imediata. A demora no atendimento aumenta o risco de morte”, reforça a nota oficial.