Acadêmicos de Sergipe viajarão 3,8 mil km de ônibus para ir ao II CBCF

Os 21 alunos que participarão da caravana tiveram trabalhos selecionados para a mostra científica

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Qual é a distância que a sede de aprender pode fazer alguém percorrer em busca de uma oportunidade de adquirir maior conhecimento? A maioria das pessoas talvez nunca tenha se feito essa pergunta. Mas nós, do II Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, já temos alguns parâmetros. Um deles foi possível obter graças a um grupo de graduandos do quarto ao sétimo período do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). 

Os 21 alunos, que residem na capital e no interior do estado, vão viajar 3.800 quilômetros de ônibus para participar do nosso congresso, que acontece de 10 a 12 de novembro, em Foz do Iguaçu, no Paraná. E são alunos muito empenhados. Todos tiveram trabalhos selecionados para a mostra científica do evento. Lysandro Borges, professor da turma, diz que eles estão empolgados, ansiosos e com muita disposição para a viagem. E vão mesmo precisar! Serão cerca de quatro dias no ônibus.

Eloia Emmanuely é aluna do quarto período e disposição ela está mostrando que tem de sobra. Bolsista do CNPq, ela integrante da turma de iniciação científica Laboratório de Bioquímica Clínica e conquistou vaga na mostra científica com uma pesquisa sobre a  soroprevalência  e infecção  SARS-CoV-2 no Sistema Prisional Feminino de Sergipe. 

Para poder viajar e apresentar o seu trabalho ela está fabricando e vendendo alfajores. Um doce custa 3 reais. Ela já  vendeu em torno de 200, e precisa chegar à marca de 350 para garantir o transporte e a alimentação na viagem. Mas não desanima! “Estou ansiosa para que chegue logo o dia 10! Quero ter ideias novas,  conhecer outras pesquisas, outras pessoas, fazer network… a expectativa é enorme!” 


O professor Lysandro Borges é só orgulho. “Fico muito emocionado e feliz em ver 21 alunos em situação de vulnerabilidade se esforçando e economizando cada centavo para pagar sua inscrição e a pousada,  para conseguir viajar esses dias todos — são quatro dias de ida e quatro dias de volta —, então é muito sacrifício! Tudo isso sem ajuda de custo da universidade, porque houve um corte de recursos. Então a universidade pode apoiar apenas com o ônibus, o que foi essencial porque sem essa ajuda eles não conseguiriam viajar”, conta. É uma felicidade por tudo isso e por termos os 21 trabalhos aprovados! É muito orgulho!”