CFF aprova resolução que regulamenta a telefarmácia
A resolução tem foco na Farmácia Clínica, não abrangendo atos inerentes à Responsabilidade Técnica, que continuam obrigatoriamente presenciais
Uma resolução há muito esperada por farmacêuticos que atuam no cuidado direto à saúde dos pacientes foi aprovada na tarde desta quinta-feira, 30/06, pelo Plenário do Conselho Federal de Farmácia (CFF), com maioria dos votos dos conselheiros federais presentes. A nova normativa, que deve ser publicada nos próximos dias, no Diário Oficial da União, regulamenta a prática da telefarmácia. A resolução foi amplamente discutida e tem foco na Farmácia Clínica, não abrangendo atos inerentes à Responsabilidade Técnica do farmacêutico pelo estabelecimento onde atua, como por exemplo, a dispensação de medicamentos. Essas atividades continuam obrigatoriamente presenciais.
A assessora da Presidência do CFF, Josélia Frade, destacou que esse é um momento histórico. “Era um anseio dos colegas e trabalhamos exaustivamente e com muito cuidado, em cooperação com uma equipe altamente qualificada, para a produção desse texto”, salientou. O presidente do CFF, Walter Jorge João, destacou “o compromisso do conselho em uma regulamentação que priorize o bem-estar dos pacientes e facilite o seu acesso ao cuidado farmacêutico, preservando a autoridade técnica soberana desse profissional dentro do estabelecimento de saúde onde atua”.
Para os farmacêuticos Agnes Gossenheimer e Mário Rezende, a resolução será extremamente benéfica para favorecer o contato com o paciente. “Temos pacientes acamados, com dificuldade de locomoção ou que moram em localidades distantes, que muitas vezes não conseguem ir até a unidade de saúde”, destaca Agnes Gossenheimer, que atua na rede pública. Ela destaca que esses pacientes, especificamente, serão bastante favorecidos tendo a tecnologia como aliada para a continuidade do acompanhamento dos seus tratamentos.
Mário Rezende, farmacêutico piauiense, vê como maior vantagem o acesso. “Recebo mensagens todos os dias, de pessoas que residem em locais distantes e que gostariam de se consultar comigo e não conseguem, ou porque o deslocamento é caro, ou porque não conseguem estar na farmácia em meu horário de trabalho”, comenta ele, que atua em consultório farmacêutico em uma farmácia de manipulação.