Farmacêuticos traçam perfil epidemiológico dos casos de esquistossomose no Brasil
A esquistossomose é a segunda doença parasitária mais disseminada no mundo, atrás apenas da malária
Artigo científico publicado dia 31 de agosto, por sete farmacêuticos pesquisadores e uma estudante de Enfermagem, traçou o perfil epidemiológico dos casos de esquistossomose no Brasil - segunda doença parasitária mais disseminada no mundo, atrás apenas da malária. Os principais sintomas da esquistossomose são dor abdominal, náusea, diarréia, sonolência, fadiga e vertigem. O estudo, publicado no portal Research, SocietyDevelopment, aponta que o país registrou um total de 76.862 casos de esquistossomose entre os anos de 2010 e 2017.
O Estado de Minas Gerais apresentou o maior número de casos, com 53.695 infecções, o que representa 70% dos casos nacionais, seguido por São Paulo, com 6.384 casos, Bahia, com 5.183, Espírito Santo, com 4.323 casos, e Pernambuco, 2.330 pessoas infectadas no período analisado.
A prevalência da doença está relacionada a baixas condições socioeconômicas, cujo principais fatores de risco de contaminação são uso de água de rios e açudes, ausência de tratamento de água e esgoto e baixa educação em saúde. Porém, os dados analisados demonstram que o controle da doença possui bons resultados no Brasil, com redução do número de casos e mortes ao longo dos anos.
Os dados utilizados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados no site do DATASUS. A doença foi prevalente no sexo masculino (61,11%), o que pode estar relacionado aos hábitos destes indivíduos, na faixa etária de 20 a 39 anos (38,16%), etnia/cor parda (49,24%) e ensino fundamental (40,54%).
Autora principal do estudo, a farmacêutica Sâmia Andrade, disse que a esquistossomose preocupa, principalmente, por se tratar de doença negligenciada. “O tratamento dessa doença apresenta uma série de limitações como efeitos colaterais e surgimento de resistência parasitária. Mesmo assim, 63,82% dos indivíduos que contraíram esquistossomose conseguiram se recuperar, sendo registrado no período avaliado um total de 511 óbitos”.
A esquistossomose é provocada pelo platelminto trematódeo Schistosoma mansoni, que possui como hospedeiro intermediário o caramujo do gênero Biomphalaria, sendo popularmente conhecida como “mal do caramujo” ou “barriga d’água”. Como primeira escolha no tratamento de esquistossomose destaca-se o praziquantel, medicamento que atua apenas sobre as formas adultas do verme, pois é ineficaz sobre as formas jovens.
Também assinam o artigo, os farmacêuticos Dr. Evaldo Hipólito de Oliveira (UFPI), José Lopes Pereira Júnior (UFPI), Plínio Robson Cavalcante Costa (Facimp), Juliana Carvalho Rocha Alves da Silva (UnB), Luiz Gustavo de Freitas Pires (PUC-PR), Luís Marcelo Vieira Rosa (UFMA) e Denise Alves Santos (Ceuma).