Dispositivo para administrar comprimidos ajuda pacientes com dificuldade de deglutição

Pedido de patente do invento ja está protocolado no INPI pela Liga Norte Riograndense Contra o Câncer

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A Liga Norte Riograndense Contra o Câncer deu entrada no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) com o primeiro depósito de patente de um produto desenvolvido no Instituto de Ensino, Pesquisa e Inovação (IEPI). O dispositivo para dissolução de comprimidos foi desenvolvido a partir da observação da farmacêutica da Liga, Verônica Azevedo, para solucionar a dificuldade na administração segura e padronizada de comprimidos para pacientes com acessos enterais.

Foram seis meses de pesquisa entre a ideia e o protótipo. O instituto participou de todas as etapas do desenvolvimento do produto, dando suporte intelectual e técnico desde a avaliação da sua viabilidade, passando pela prototipação e depósito do pedido de registro de patente. A farmacêutica Verônica Azevedo, que é também é  conselheira regional de Farmácia no Rio Grande do Norte, explica que a inspiração veio da real necessidade dos pacientes na rotina do hospital onde atua.

“Via muita dificuldade em administrar medicamentos via dispositivos enterais para pacientes de unidade de terapia intensiva, pacientes com dificuldade de deglutição. E me incomodava perceber que não  tínhamos instrumentos seguros para a administração desses medicamentos à beira do leito”, conta a farmacêutica, ressaltando todo apoio  que obteve do Instituto de Ensino Pesquisa e Inovação, por meio do gerente do Escritório de Inovação da Liga Contra o Câncer, o médico Francisco Hirochima. “ Estou muito feliz e lisonjeada em contribuir com a assistência aos nossos pacientes. E hoje eu percebo importância do farmacêutico na equipe multiprofissional para uma assistência de qualidade aos nossos pacientes.” 

 

A farmacêutica Verônica Azevedo

 

O dispositivo criado no IEPI promovem a dissolução do comprimido para que ele possa ser administrado de forma alternativa. O medicamento é colocado em uma câmara que, após ser conectada hermeticamente a uma seringa com diluente, promove a dissolução do comprimido por meio de movimentos de vai e vem do êmbolo da seringa. Também foi desenvolvido um obturador para ser utilizado da mesma forma, porém com o comprimido inserido dentro da seringa. Dessa forma, não há risco de vazamento, contaminação ou exposição do profissional que manipula a preparação de medicamentos potencialmente tóxicos.

"Com a nova invenção, se abre uma nova perspectiva para a formulação de comprimidos que possam ser administrados agora por um método padrão como o oferecido na patente. Para a Liga, que entra no rol das raras instituições com esse perfil, que têm um processo criativo interno materializado  em uma patente de invenção é um estímulo", comemora Francisco Irochima. 

Após o depósito do pedido de patente, o processo segue os trâmites até o exame técnico e a concessão. Vencidas essas etapas e com a parceria de uma indústria que obedeça a todas as normativas, o produto poderá ser licenciado para comercialização e uso.