Diabetes e pressão alta: adicionar mais azeite de oliva à dieta pode melhorar a sua saúde
O uso de azeite de oliva extra virgem como a principal gordura adicionada aos alimentos é uma forte aliada para o tratamento do diabetes, pressão alta e até perda de peso
A relação entre alimentação e saúde destaca ainda mais sua importância quando consideramos o tratamento de doenças. Uma dieta equilibrada não é apenas um coadjuvante, mas uma aliada crucial aos medicamentos, desempenhando um papel vital na recuperação e manutenção da saúde.
Segundo uma pesquisa recente, o uso de azeite de oliva extra virgem como a principal gordura adicionada aos alimentos é uma forte aliada para o tratamento do diabetes, pressão alta e até perda de peso.
Mary Flynn, pesquisadora da Brown University, em Rhode Island, nos Estados Unidos, em entrevista à National Geographic, revela que os compostos exclusivos do azeite de oliva, chamados fenóis, são especialmente poderosos. “Os nutrientes do azeite de oliva extra virgem beneficiam várias condições de saúde, inclusive no tratamento de doenças cardíacas e diabetes”, destaca a pesquisadora. Os fenóis da substância são antioxidantes, capazes de proteger as células do corpo de moléculas perigosas e também têm propriedades antimicrobianas.
Nos locais em que a dieta mediterrânea tem sido um alimento básico há muito tempo, as taxas de muitas doenças são mais baixas. Muitos especialistas acreditam que o azeite de oliva extra virgem é um dos principais motivos para isso.
Pressão arterial
Num estudo decenal envolvendo mais de 12 mil participantes na Espanha, os pesquisadores constataram que o risco de morte por doenças cardiovasculares era significativamente reduzido pela metade entre aqueles que incorporavam diariamente uma colher e meia de chá de azeite extra virgem em sua dieta. Importante ressaltar que esse benefício não foi observado no caso do azeite de oliva "refinado", que não possuía a classificação de extra virgem.
Câncer de mama
Uma pesquisa distinta analisou os padrões alimentares de mais de mil mulheres espanholas diagnosticadas com câncer de mama invasivo, comparando com um grupo semelhante sem a doença. Os resultados indicaram que o consumo diário de mais de duas colheres de sopa de azeite extra virgem durante as refeições proporciona a máxima proteção.
Diabetes
De acordo com a análise de Flynn, mais de doze estudos randomizados documentaram a habilidade do azeite em diminuir os níveis de glicose no sangue. Algumas pesquisas sugerem que essa redução pode estar associada à proteção das células produtoras de insulina no pâncreas.
Perda de peso
Embora pareça contraditório devido à densidade calórica dos azeites, um grupo de dezenas de mulheres que adotou uma dieta com baixo teor de gordura à base de vegetais e outro grupo que incorporou mais de três colheres de sopa diárias de azeite de oliva extra virgem revelou, surpreendentemente, que o último tinha uma probabilidade significativamente maior de perder mais de 5% do peso corporal após oito semanas, de acordo com estudos conduzidos por especialistas.
Boa alimentação: aliança poderosa com os medicamentos
Gizelli Santos Lourenço, farmacêutica e conselheira federal de Farmácia pelo Maranhão, explica que “quando uma pessoa enfrenta uma doença, seu corpo passa por um desafio significativo e a alimentação desempenha um papel crucial no apoio ao sistema imunológico e na restauração da saúde. Os nutrientes provenientes dos alimentos são essenciais para a reparação celular, a produção de anticorpos e o funcionamento eficiente dos órgãos”.
Em muitos casos, os medicamentos sozinhos não são suficientes para proporcionar uma recuperação completa. Uma dieta saudável fornece os elementos necessários para potencializar a ação dos medicamentos, otimizando sua eficácia e reduzindo potenciais efeitos colaterais. ”Certos alimentos têm propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e imunomoduladoras, que podem complementar os benefícios dos tratamentos farmacológicos. É fundamental que os pacientes e profissionais de saúde reconheçam a interconexão entre alimentação e tratamento medicamentoso”, conclui Gizelli.