Inserção do farmacêutico na vacinação é tema de reunião entre CFF e PNI

O encontro ocorreu na manhã dessa sexta-feira, 1/12, e resultou na intenção de parceria para a capacitação dos farmacêuticos

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O encontro ocorreu na manhã dessa sexta-feira, 1/12, e resultou na intenção de parceria para a capacitação dos farmacêuticos, atualização de manuais técnicos, pesquisa e na fiscalização dos serviços de vacinação

A inserção cada vez mais ampla do farmacêutico nos serviços de vacinação públicos e privados foi tema de reunião, de representantes do Conselho Federal de Farmácia (CFF) com o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Éder Gatti. O encontro ocorreu na manhã desta sexta-feira, 01/12, na sede do PNI e resultou na intenção de um trabalho em cooperação pela capacitação de farmacêuticos em vacinação, a fiscalização conjunta dos serviços de vacinação e o combate às fake news disseminadas pelos movimentos anti-vacina.

A coordenadora técnica e científica do CFF, Josélia Frade, apresentou ao coordenador do PNI todo o trabalho que tem sido feito pelo conselho no sentido de qualificar e sensibilizar a categoria sobre a importância o papel do farmacêutico como profissional da saúde da imunização. Esse movimento do CFF começou com a mobilização pela aprovação da Lei 13.021/2014, que reinseriu os serviços de vacinação nas farmácias; passou pelas gestões junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a publicação da RDC nº 197/2017, que estabeleceu os requisitos para funcionamento dos serviços de vacinação privados, e pela revogação da Portaria Anvisa/Funasa nº 001/2000, e culminou na regulamentação da atuação do farmacêutico nos serviços de vacinação e no lançamento do curso gratuito de capacitação como responsável técnico na área para todos os profissionais inscritos nos CRFs.

Ao diretor do PNI foram entregues todos os materiais do curso, incluindo duas publicações internacionais. Uma delas foi elaborada em cooperação com a Ordem dos Farmacêuticos de Portugal, “Administração de vacinas e de outros medicamentos injetáveis por farmacêuticos - uma abordagem prática” e a outra, em colaboração com a Federação Farmacêutica Internacional (FIP), “Medicação sem danos – o papel do farmacêutico” que versa sobre segurança do paciente.

“Nosso interesse é que os farmacêuticos possam ser melhor aproveitados nas ações pela ampliação das coberturas vacinais no país. Há uma subutilização muito grande do nosso trabalho e capacidade técnica no SUS, e já demonstramos que temos muito a contribuir. Durante a pandemia da Covid-19, em Porto Alegre (RS), do total de 719.573 doses, 155.056 foram administradas por farmacêuticos em farmácias privadas, ou seja, 22% do total”, disse a coordenadora.

Josélia Frade deixou claro durante a reunião que, na história da imunização no Brasil, muitos farmacêuticos já estavam envolvidos em pesquisa, produção, seleção, planejamento, distribuição e demais etapas do ciclo logístico de imunobiológicos. Eles atuaram também na vigilância em saúde e no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Recentemente, o farmacêutico passou a ter a oportunidade de prestar o serviço de vacinação. Essa mudança ocorreu em sinergia com o que se observa em diversos países e em um momento importante tendo em vista as contribuições que os farmacêuticos conseguiram dar durante a pandemia.

O diretor do programa propôs avaliar as publicações e o curso ministrado pelo CFF e, ao final deste processo, com o alinhamento do conteúdo, poderá chancelar o curso. O coordenador comprometeu-se, também, em recomendar o curso para farmacêuticos envolvidos na vacinação dentro do SUS. “O PNI procura estar sempre próximo de parceiros que têm pautas convergentes com as nossas. E o Conselho Federal de Farmácia tem a vacinação como pauta estratégica, quer contribuir com o aumento das coberturas vacinais e certamente nós vamos trabalhar juntos”, disse Éder Gatti.

“Os farmacêuticos estão em uma posição única para acolher e orientar os pacientes, esclarecer dúvidas e contribuir para o combate a hesitação vacinal. Nesse sentido, esses profissionais estão cada vez mais engajados para contribuírem com a promoção da saúde, prevenção de doenças evitáveis por meio de vacinas e ampliação da cobertura vacinal no país” comentou Josélia Frade, agradecendo a atenção e acolhida no PNI. Participaram da reunião pelo CFF, os farmacêuticos Pâmela Saavedra e Gabriel Freitas.