O aumento da interação física e do influxo de turistas nas metrópoles brasileiras durante o Carnaval pode resultar, conforme especialistas, em um aumento na propagação da mpox (anteriormente conhecida como monkeypox ou varíola dos macacos) entre os foliões.
Identificada pela primeira vez no Brasil em junho de 2022, a infecção continuou a circular por todo o país, registrando um indicativo de aumento de casos durante as recentes férias de dezembro e festividades de final de ano, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Embora os números atuais sejam inferiores aos observados durante a epidemia ocorrida há dois anos, eles demandam atenção, uma vez que encontram um ambiente propício para novas disseminações durante as festividades. No estado de São Paulo, por exemplo, foram identificados 21 novos casos na primeira semana epidemiológica deste ano, seguidos por 17 diagnósticos na semana seguinte e mais seis casos suspeitos. Na terceira semana, há pelo menos 18 casos suspeitos. Em comparação, entre outubro e dezembro do ano anterior, a identificação de novas infecções não ultrapassava três por semana.
No Rio de Janeiro, também há preocupações em relação aos novos casos, com as infecções apresentando indicadores mais elevados desde novembro de 2023 do que ao longo do ano anterior.
Considerando a natureza da infecção, que não requer contato sexual para se espalhar, os especialistas sugerem que é mais desafiador proteger-se da mpox do que de outras ISTs. No entanto, enfatizam a importância de manter rigorosamente o uso de preservativos (como regra geral para eventos festivos) e estar atento a sintomas como febre, ínguas, dores no corpo e o surgimento de feridas na região genital de homens e mulheres. Diante de qualquer uma dessas queixas, é imperativo procurar o sistema de saúde.
Quanto à vacinação e tratamento, o Ministério da Saúde, ao ser questionado pela reportagem, não forneceu informações sobre avanços na política de vacinação contra a mpox. Embora a pasta tenha adquirido um lote de 50 mil doses de imunizantes em 2022, os especialistas alegam que esse número é insuficiente até mesmo para vacinar os profissionais de saúde envolvidos no combate à infecção.