O HIV não tem cara
As instituições de saúde devem adotar políticas que proíbam expressamente o preconceito com base no status sorológico do paciente
A profissão de saúde é uma vocação guiada pela ética, compaixão e respeito pela dignidade humana. Profissionais da saúde desempenham um papel crucial na promoção da saúde e no tratamento de condições médicas. É imperativo que eles estejam comprometidos com a prestação de cuidados justos e imparciais a todos os pacientes.
Infelizmente, casos de preconceito contra pessoas vivendo com HIV ainda ocorrem nos ambientes de saúde. Esse tipo de discriminação não apenas viola os princípios éticos fundamentais da profissão, mas também pode ter sérias repercussões na saúde e no bem-estar dos pacientes.
Segundo o portal “Direito Delas”, sorofobia, serafobia, sidafobia ou estigma sorológico é o nome dado ao preconceito e discriminação contra pessoas que vivem com HIV (vírus da imunodeficiência humana). Objetivando combater esta discriminação a Lei nº 12.984/2014 definiu que tal atitude configura crime.
Walter Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), destaca que “a ignorância sobre a transmissão do HIV e a falta de atualização sobre os avanços no tratamento podem contribuir para atitudes preconceituosas por parte de profissionais da saúde. Portanto, é crucial implementar programas educacionais contínuos para garantir que todos os membros da equipe de saúde compreendam plenamente o vírus, seu tratamento e a importância de uma abordagem sem preconceitos”.
Profissionais da saúde devem ser defensores da equidade no acesso à assistência médica. A criação de ambientes inclusivos, onde pacientes se sintam à vontade para divulgar seu status sorológico, é essencial para construir uma relação de confiança entre o profissional de saúde e o paciente.
Para a vice-presidente do CFF, Lenira Costa, as instituições de saúde devem adotar políticas que proíbam expressamente o preconceito com base no status sorológico do paciente e implementar medidas disciplinares para casos de discriminação. “A atuação sem preconceitos por parte dos profissionais da saúde não é apenas uma obrigação ética, mas também uma contribuição significativa para a construção de uma sociedade mais justa e compassiva. Ao tratar todas as pessoas com dignidade e respeito, os profissionais desempenham um papel fundamental na superação de estigmas e na promoção da saúde para todos, independentemente do seu status sorológico”, ressalta Lenira.