Farmacêutica é premiada por descobrir nova técnica para detectar a presença do coronavírus

Andreza Francisco Martins descobriu técnica para detectar a presença do coronavírus com custo menor, quando comparado ao RT-PCR

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No mês em que se comemora o Dia da Mulher, seis cientistas brasileiras foram premiadas no programa 25 Mulheres na Ciência da América Latina da empresa 3M. A iniciativa incentiva e reconhece trabalhos com impacto positivo para gerar mudanças e estimular novas gerações de meninas e mulheres a atuarem na área científica. Elas se destacaram em pesquisas que vão desde uma droga inovadora para tratar a leucemia infantil a medicamentos mais eficazes contra esquistossomose.

A farmacêutica Andreza Francisco Martins, por exemplo, descobriu uma nova técnica para detectar a presença do coronavírus no organismo com custo 5 a 10 vezes menor quando comparado ao RT-PCR, especialmente por não exigir insumos importados e mão de obra especializada. “Nós começamos a pensar em alternativas e uma delas era utilizar o método Maldi-TOF, que é baseado em detecção de proteínas e que não necessita de mão de obra tão especializada pra processamento da amostra”, destacou Andreza, ressaltando ainda que os custos por amostra são ínfimos perto do RT-PCR, já que maior parte dos insumos é possível adquirir em território nacional.

 



A farmacêutica Andreza Francisco Martins

 

A farmacêutica pesquisadora segue na expectativa de que sua descoberta avance e chegue à população. O próximo passo é terminar a análise dos resultados e divulgar o projeto para a comunidade científica, empresas e para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ela conta que o estudo só foi possível devido aos recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS). “Ele foi contemplado no Programa Pesquisa Para o SUS (PPSUS) de 2020. Por conta desse aporte financeiro é que ele pode ser desenvolvido. Então, é bem importante que, a partir do desenvolvimento e dos resultados obtidos, se houver interesse dos órgãos governamentais de aplicar esse método do ponto de vista de diagnóstico clínico, possamos transferir essa tecnologia para que eles possam expandir esse teste para todo o País”, salientou Andreza.

Andreza é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Microbiologista e doutora em Ciências Médicas, ela foi a única representante brasileira da região Sul premiada entre as seis cientistas do Brasil contempladas. A farmacêutica atua na área de pesquisa há 20 anos. No mês em que se homenageia as mulheres, pelo Dia Internacional da Mulher em 8 de março, ela fala do desafio duplo de ser cientista e mulher. “Para ser cientista bem-sucedida e ter uma carreira de sucesso é preciso abrir mão de muitas coisas da vida pessoal e estar ao lado de pessoas que compreendem como é a carreira e a dedicação que é preciso ter”.

No Brasil, de acordo com os dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao MEC, mais da metade (54,5%) dos matriculados em programas de mestrado e doutorado no país são mulheres, mas elas correspondem a apenas quatro de cada dez docentes em universidades de ensino superior. Ainda, segundo dados recentes da Unesco, menos de 30% das pesquisadoras em áreas de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) são mulheres.

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