Sociedade de Toxicologia se alia ao CFF no combate à venda de medicamentos em supermercados
A Sociedade Brasileira de Toxicologia manifestou o seu apoio à luta contra o Projeto de Lei nº 1774/2019, que propõe a liberação da venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados.
A Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTOX) manifestou ao Conselho Federal de Farmácia (CFF), na tarde desta quarta-feira, 10/08, o seu apoio à luta contra o Projeto de Lei nº 1774/2019, que propõe a liberação da venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados.
Diretores da entidade se reuniram com o presidente do conselho, Walter Jorge João, a vice-presidente, Lenira da Silva Costa, e o presidente da Comissão de Regulamentação e Legislação (Coleg), Erlandson Uchôa, e na oportunidade propuseram ao CFF o lançamento de um manifesto conjunto contra a proposta de lei. Estiveram presentes à reunião, o presidente da SBTOX, José Roberto Santin, a vice-presidente, Sarah Eller, o primeiro secretário, Rafael Lanaro, e a segunda secretária, Mariah Ultramari.
CFF e SBTOX também vão atualizar os dados de intoxicação por MIPs no país. José Roberto Santin e o presidente do CFF assinaram um ofício que será endereçado à Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Abracit), solicitando o apoio nesse levantamento. De acordo com dados fornecidos ao CFF pela Abracit, foram 9 mil casos entre 2014 e 2018, o que representa uma média de 6 casos por dia.
“Esse apoio é muito importante, visto que a SBTOX é uma entidade respeitada pelo seu cunho técnico-científico e pode agregar informação baseada em evidências contra essa proposta absurda que volta e meia retorna ao Congresso Nacional”, disse Walter Jorge João.
Rafael Lanaro informou que o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo, onde ele atua, tem observado um aumento do número e da gravidade dos casos de intoxicação especificamente por Paracetamol. Isso tanto em relação aos casos de tentativa de autoextermínio quanto acidentais. “Recebemos casos de pessoas precisaram de tratamento intensivo e aplicação de antídoto, outras que foram parar na fila de transplantes e até de pessoas que morreram intoxicadas”, relata.
Resolução – Durante sua passagem pelo conselho, os diretores da SBTOX trabalharam junto com o presidente da Coleg, que também é farmacêutico toxicologista, na atualização da Resolução CFF nº 307/1997, que dispõe sobre atribuições do farmacêutico na área de Toxicologia. A minuta do novo texto deverá ser submetida ao plenário em breve.