Farmacêuticos pesquisam perfil epidemiológico e distribuição espacial dos casos de hanseníase
Pesquisa foi publicada no no International Journal of Advanced Engineering Research and Science (IJAERS)
Uma das mais antigas doenças que se tem conhecimento, a hanseníase é uma infecção contagiosa crônica que afeta, principalmente, a pele e os nervos periféricos das pessoas. O tratamento é feito com antibióticos combinados e, quando não realizado, a doença pode causar incapacidades físicas nos pacientes. Pesquisa feita por farmacêuticos e publicada, em novembro, no International Journal of Advanced Engineering Research and Science (IJAERS), verificou o número de casos de hanseníase, no Brasil, nos últimos dez anos.
Os pesquisados também fizeram um mapeamento das ocorrências da doença no território brasileiro. Os dados analisados foram coletados no site do DataSUS, a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os indivíduos mais afetados foram homens (56,92%), faixa etária de 40 a 59 anos (37,68%), de cor parda (57,89%) e ensino fundamental (48,66 %). Os estados do Maranhão, Mato Grosso e Pará apresentaram os maiores números de casos de hanseníase. Felizmente, a maioria dos pacientes evoluíram para a cura.
De acordo com a autora principal do artigo, farmacêutica Sâmia Andrade, no período de 2012 a 2021, foram registrados 338.620 indivíduos com hanseníase no Brasil. Mas, a pesquisadora chama atenção para o fato de ter ocorrido uma oscilação no número de casos notificados. “Os dados analisados mostraram que as ocorrências da doença passaram a diminuir a partir de 2020 e, em 2021, houve redução de 45,2% se comparado com 2012. O mais curioso é que o período coincide com a pandemia da Covid-19”.
Os farmacêuticos Sâmia Andrade e Ítalo Rodrigues, que também é conselheiro federal de Farmácia pelo Piauí, fazem parte das equipes de autores do artigo
Na avaliação do conselheiro federal de Farmácia pelo Piauí, Ítalo Rodrigues, que também participou da pesquisa, essa redução significativa de casos de hanseníase ter se dado no período da pandemia da Covid-19 pode ser resultado de subnotificações no sistema. Ítalo lembra que a notificações no SINAN são obrigatórias aos profissionais de saúde. “Outro problema foi que a pandemia causou sobrecarga no sistema de saúde brasileiro e o necessário isolamento social trouxe dificuldades de deslocamento dos pacientes aos centros de tratamento em funcionamento”.
Também participaram da pesquisa e assinam o artigo, as pesquisadoras Maria Victória Macedo de Andrade, Larissa Azevedo da Silva, Denise Alves Santos e Juliana Carvalho Rocha Alves da Silva.
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