Uma Só Saúde: CFF integra comitê intersetorial para olhar a saúde de forma mais ampla

Vinte entidades se juntam para promover ações integradas e sustentáveis para a saúde humana, animal, de plantas e ecossistemas

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Como um dos 20 integrantes do novo Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde, lançado oficialmente pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (08.08), o Conselho Federal de Farmácia (CFF) será um dos elementos chaves para contribuir na elaboração do plano de ação nacional dessa estratégia, principalmente no tema sobre a contenção da pandemia de resistência antimicrobiana (RAM) e uso racional desses medicamentos. O comitê foi instituído pelo Decreto 12.007, de abril de 2024, e tem como objetivo integrar os setores e as diversas especialidades envolvidas para reconhecer a interação e correlação entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental.

"Estamos muito honrados em poder contribuir com essa abordagem e levar o conhecimento técnico de nossa profissão para ampliar o olhar e as atitudes direcionadas à saúde. Temos várias áreas de atuação e seremos muito colaborativos nesse projeto. É imprescindível dialogar com todos os atores envolvidos para que os resultados possam garantir uma melhor qualidade de vida no futuro", observou o presidente do CFF, Walter Jorge João.

O conceito de Uma Só Saúde é uma abordagem integrada que se inspira no modelo de “Saúde Única”, tradução do termo em inglês “One Health”, e teve origem no movimento internacional formado por quatro organizações (OMS,OMSA,FAO e PNUMA). A proposta é incentivar a comunicação, cooperação, coordenação e colaboração entre diferentes disciplinas, profissionais e instituições e enfrentar desafios como pandemias, como a dengue, resistência antimicrobiana, mudanças climáticas e outras ameaças à saúde. 

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, a criação do comitê é um marco significativo para a saúde pública brasileira. “O contexto global e nacional reforça a urgência de uma abordagem integrada. Pandemias e desastres recentes demonstraram que a preparação para emergências de saúde pública exige planos de ação que vão além de um único setor”, explicou Ethel Maciel. As ações integradas também têm o foco nas necessidades coletivas de água, energia e ar limpos, alimentos seguros e nutritivos, e em medidas relacionadas às mudanças climáticas para um desenvolvimento mais sustentável.

Além dos oito ministérios, institutos, agências reguladoras e conselhos de classe, a iniciativa deve ser amplamente difundida e a mudança deve começar pelos processos internos. "A partir do momento que a gente entende que não é possível trabalhar de forma isolada, sabemos que essas ações devem envolver e mobilizar toda a sociedade. (...) Atualmente, nós trabalhamos com pouco compartilhamento de informações por meio dos nossos sistemas e essa abordagem traz a perspectiva de que todos os nossos planos possam incluir o Uma Só Saúde", acrescentou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

Ethel explicou, ainda, que o comitê é de caráter consultivo e permanente para desenvolver uma agenda consensual nacional. "Como o Brasil é um país federado, devemos articular com estados e municípios e orientar medidas interfederativas para implementar nosso plano do Uma Só Saúde, assim como apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre o tema", disse em sua apresentação durante o lançamento do comitê.

Saiba mais sobre a abordagem integrada de saúde no Brasil.

Consulte o Decreto 12.007, de abril de 2024, e veja a lista dos integrantes do Comitê.