Farmacêutica é nomeada coordenadora-geral de Vigilância em Saúde Ambiental do MS

A portaria de nomeação de Emily Karle foi assinada pela ministra da Saúde Nísia Trindade

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A farmacêutica baiana Emily Karle dos Santos Conceição acaba de ser nomeada coordenadora-geral de Vigilância em Saúde Ambiental. A portaria de nomeação de Emily Karle, assinada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi publicada no dia 3 de fevereiro.

A profissional, que desde a graduação, trilhou uma longa caminhada na área de vigilância em saúde e ambiente e recebeu o desafio, cheio de significados, como um reconhecimento pelo trabalho realizado em seu Estado. Emily se formou em Farmácia como cotista, em 2013, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com subsídio acadêmico e bolsa de iniciação científica.

“Para mim, esse convite é muito representativo. Ainda mais sendo uma mulher preta, nordestina e fruto das políticas de afirmação e reparação”, disse a farmacêutica que trilhou uma caminhada peculiar em sua trajetória profissional. “Desde o estágio final do curso de Farmácia, venho desenvolvendo ações na perspectiva de saúde e ambiente. Passei em um concurso estadual e, por 5 anos, desenvolvi ações de monitoramento ambiental vinculadas à Secretaria do Meio Ambiente da Bahia”.

Em paralelo a essa experiência, Emily fez especialização em vigilância em saúde ambiental (UFRJ); residência multiprofissional em Saúde da Família (UNEB); mestrado em Saúde, Ambiente e trabalho (UFBA); e, agora, faz doutorado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC-UFRJ), na perspectiva de desenvolver ações voltadas para populações expostas a agrotóxicos.

Há 11 meses, ela assumiu a Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental (COVIAM), vinculada à Secretaria de Saúde da Bahia. “Estou muito honrada pela oportunidade de continuar contribuindo para o fortalecimento da vigilância em saúde como um todo e, mais especificamente, na Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM)”, afirmou.

Perguntada se o fato de ser farmacêutica confere alguma espécie de vantagem, do ponto de vista técnico, pelo que estudou na Farmácia, para exercer esse cargo, ela respondeu que “sim, o nosso olhar amplo e plural sobre os componentes e substâncias químicas, aliadas a nossa formação enquanto profissionais de saúde e todo nosso arcabouço de legal e conhecimentos técnicos nos colocam à frente de muitas ações voltadas à vigilância em saúde”.

E completou: “sendo a vigilância em saúde ambiental (VSA) um grande campo de atuação do farmacêutico, no desenvolvimento de ações voltadas para vigilância da qualidade da água para consumo humano; na vigilância em saúde para populações expostas a contaminantes químicos etc... então, hoje, ter a oportunidade de ocupar esse cargo é a realização de um projeto de vida, de ressignificação da educação e, principalmente, de que quando temos oportunidades, somos capazes de chegar onde quisermos”.

Expectativas

Entre as ações que pretende implementar em nível nacional, Emily disse que quer colaborar de perto com a reconstrução e recondução dessa agenda tão cara para as populações potencialmente expostas aos condicionantes e determinantes ambientais na saúde. “Aqui na Bahia buscamos desenvolver as ações de VSA articuladas em todo território estadual, priorizando as populações mais vulneráveis e articulações para além do setor de saúde para, de fato, avançarmos nas ações nos territórios”.

Sobre a CGVAM

A Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Departamento de Saúde Ambiental e do Trabalhador (CGVAM/DSAST), do Ministério da Saúde (MS), apresenta diretrizes nacionais para nortear a atuação da vigilância em saúde ambiental na gestão das ações de forma solidária e participativa entre os três entes da Federação – a União, os estados e os municípios –, bem como contribui para a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de doenças e agravos, a redução da morbimortalidade, de vulnerabilidades e de riscos à saúde, de forma a contemplar toda a população brasileira, priorizando os territórios, as pessoas e as populações em situação de maior risco e vulnerabilidade.