Farmacêutico esclarece sobre medicamento que pode causar alucinação
Repercute, na internet, o caso de um rapaz que afirma ter apresentado alucinação após tomar o medicamento hemitartarato de zolpidem.
Repercute, na internet, o caso de um rapaz que afirma ter apresentado alucinação após tomar o medicamento hemitartarato de zolpidem. O jovem virou meme após postagem nas redes sociais em que destaca ter comprado, sem saber, dois pacotes de viagem no valor de nove mil reais e ter se apresentado aos amigos como neto da Rainha de Gênova.
O farmacêutico Gabriel Freitas, consultor do Conselho Federal de Farmácia (CFF), esclarece que o hemitartarato de zolpidem pode realmente causar esse tipo de reação adversa. “Zolpidem é uma substância bem segura, com boa tolerabilidade. É difícil as pessoas apresentarem efeitos adversos graves com esse tipo de medicamento. Porém, ele pode causar alucinação, sonambulismo, delírio, agressividade e amnésia, em casos raros”, afirma Gabriel. O farmacêutico acrescenta que a absorção rápida do medicamento também pode facilitar essa distorção perceptiva. Mulheres, pessoas idosas e a utilização dos produtos em doses elevadas são fatores que podem aumentar os riscos de efeitos adversos. O uso de bebida alcoólica e de outros medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e de fármacos para dor e insônia, como opioides ou benzodiazepínicos, podem elevar a ação do hemitartarato de zolpidem.
Gabriel Freitas acrescenta que “em pessoas que já têm problemas psiquiátricos e que já convivem com isso, ou têm algum tipo de problema mental ou desordem na ação do sistema neuronal, pode ser mais fácil desenvolver mudanças no comportamento.” O consultor do CFF recomenda evitar a automedicação e, quando utilizar o medicamento, seguir corretamente o tratamento, respeitar a prescrição e não interromper a utilização sem orientação do profissional da saúde. “O farmacêutico também pode e deve ser consultado em relação a dúvidas sobre o medicamento e a sua utilização, bem como sobre as possíveis interações com outros fármacos”, finaliza Gabriel.