Ambulatório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde é inaugurado em Belém

Unidade é a primeira da Região Norte e recebe pacientes encaminhados pelo consultório farmacêutico

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Unidade é a primeira da Região Norte e recebe pacientes encaminhados pelo consultório farmacêutico


O terapeuta integrativo Bruno Botelho explica que as PICS são integradas ao tratamento que o paciente

No dia 6 de maio, a cidade de Belém (PA) ganhou o primeiro Ambulatório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Localizado na Unidade Municipal de Saúde (UMS) do Jurunas, é referência nesse tipo de atendimento, o ambulatório alia técnicas como cromoterapia e aromaterapia ao tratamento convencional, o que produz resultados mais eficazes. A iniciativa é parte do Núcleo de Cuidado Integral à Saúde, uma política do Sistema Único de Saúde (SUS) e é composta por quatro farmacêuticas e dois estudantes de Farmácia.

A farmacêutica Priscila Pinheiro explica que, no consultório farmacêutico, a equipe trabalha muito com a questão do medicamento e com o acompanhamento farmacoterapêutico, mas o principal, o diferencial, se encontra nas alternativas não medicamentosas oferecidas aos pacientes. "Fazemos também o acompanhamento mais racional, com o propósito de desmame, de aconselhamentos, e a questão das Práticas Integrativas e Complementares, que inauguramos no ambulatório de PICs, o primeiro da região Norte a ter essa vertente. E é por meio do consultório de farmácia clínica que esses pacientes são encaminhados para as práticas integrativas".

O terapeuta integrativo e estudante do curso de Farmácia, Bruno Botelho destaca, ainda, que as PICS são integradas ao tratamento que o paciente já faz com o médico. "Integramos, por exemplo, meditação ao tratamento de uma pessoa com diabetes”.
E foi lá que a paciente Janete Carvalho, 54, chegou diagnosticada com depressão e crises de ansiedade e recebeu uma avaliação biopsicossocial. Hoje, ela faz um tratamento mais humanizado e com menos intervenção medicamentosa. “Espero que todos que chegam aqui possam encontrar ajuda, como eu encontrei. Quando alguém procura um serviço de saúde é porque tem uma enfermidade, e às vezes a maneira como somos acolhidos faz toda a diferença na cura”.

“Já me sinto feliz, bem melhor do que quando cheguei. Minha meta é, a longo prazo, não precisar mais de medicamentos para tratar as enfermidades. Os remédios deixam sequelas e causam efeitos colaterais”, disse. “Esse serviço deve ser ampliado para mais unidades, para que mais pessoas possam ter acesso a esse acolhimento integral, que faz toda a diferença”, defendeu.

Cuidado integral

A prevenção é outro objetivo do Ambulatório de PICS. Um paciente que chega com sintomas relacionados à saúde mental pode receber, após passar por uma anamnese, várias terapias.

“Não é todo paciente que está apto a uma prática integrativa, mas a maioria sim. Queremos evitar o agravamento desses casos e evitar que essa pessoa precise de um tratamento mais invasivo no futuro”, reitera a farmacêutica Priscila Pinheiro. “Esse é o primeiro espaço com essa proposta do cuidado integral”, afiança.

Para ser encaminhado ao Ambulatório de PICS, o paciente deve ser referenciado por algum programa do qual já participe – como o Farmácia Clínica, por exemplo, mas é possível também obter o atendimento diretamente na unidade. O Consultório Farmacêutico, que faz o encaminhamento, também está de portas abertas, recebendo demanda espontânea. “Depois que passa por nós, o paciente pode ser indicado para fazer Reike, auriculoterapia ou cromoterapia, dependendo do caso”, reforça.

Conquista

A coordenadora de Humanização da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Karen Tavares, lembra que a abertura do Ambulatório de PICS representa a consolidação do serviço no município de Belém.

“Estamos trazendo outras formas de cuidado, não medicamentosas, alternativas, como a acupuntura e o uso de fitoterápicos, para a rede municipal. Com esse consultório estamos oferecendo mais serviços e ampliando o número de procedimentos, de forma mais humanizada”.

As PICS são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Atualmente, 29 são reconhecidas pelo Ministério da Saúde dentro da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.

Além de Priscila Pinheiro, colaboram com a equipe as farmacêuticas Paula Andrade e Emmily Amador, a aluna de TCC na área de Farmácia, Jule França, e os estagiários e terapeutas estudantes de farmácia Bruno Sarmento e Bruna de Oliveira.

Conselho Federal de Farmácia, também com informações de Luiz Carlos Santos