Administração de vacina e medicamento injetável por farmacêuticos é tema de livro lançado pelo CFF
Publicação é resultado de trabalho entre equipes portuguesa e brasileira para adaptar conteúdo publicado pela Ordem dos Farmacêuticos de Portugal.
Uma adaptação do livro “Administração de vacinas e de outros medicamentos injetáveis por farmacêuticos - uma abordagem prática” foi lançado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) na manhã desta quarta-feira (23), durante a reunião geral do sistema, conselhos regionais e federal. A publicação é resultado de um trabalho colaborativo entre as equipes portuguesa e brasileira para atualizar um conteúdo anteriormente publicado pela Ordem dos Farmacêuticos de Portugal, em 2015. A parceria foi comemorada pelo presidente do CFF, Walter Silva Jorge João. “É com enorme satisfação que o CFF estabeleceu parceria com a Ordem dos Farmacêuticos de Portugal para tornar possível a adaptação desse conteúdo, coordenado pelas farmacêuticas Josélia Frade, Beatriz Lott, Gabriela Moura Plácido e Mara Pereira Guerreiro. A gênese dessa obra foi apadrinhada pela Direção da Seção Regional do Sul e Regiões Autônomas da Ordem dos Farmacêuticos, liderada, à época, pela farmacêutica Ema Paulino, com o apoio de sua equipe técnica”.
Walter Jorge João destaca que publicações dessa natureza são essenciais para a prática profissional, especialmente devido ao recente reconhecimento do farmacêutico como vacinador no Brasil e, também, para subsidiar as ações profissionais frente aos desafios impostos pela pandemia de Covid-19. “Orgulho-me de ter participado ativamente do processo que resultou na publicação de regulamentações que respaldam a atuação dos farmacêuticos na prestação de serviços de vacinação no Brasil, entre elas a Lei nº 13.021; a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nº 197/2017 e as Resoluções/CFF nº 654/2018, nº 585/2013 e nº 586/2013”.
O conteúdo da publicação abarca desde os aspectos básicos da imunologia até os voltados às etapas da prestação do serviço de vacinação e a sua regulamentação no país e, por parte do CFF, teve como coordenadoras a assessora da presidência, Josélia Frade, e a farmacêutica Beatriz Pinto Coelho Lott. A expectativa do CFF é que este livro contribua para a melhoria da qualidade da prestação do serviço de vacinação por farmacêuticos no Brasil. “A nossa profissão tem muito a colaborar na promoção da saúde, na prevenção de doenças e no aumento da cobertura vacinal”, conclui Dr. Walter.
Participações internacionais
A coordenadora do primeiro livro, que também participou desta atualização, Mara Pereira Guerreiro, fez um breve discurso, de forma remota, durante o lançamento. Ela deixou uma reflexão aos profissionais que irão ler a obra. “Depende de cada farmacêutico no cotidiano, dia a dia, fazer mais e fazer melhor. E a qualidade começa com a introspecção de cada profissional no seu dia a dia, sobre o que fez e sobre o que poderia fazer de forma diferente. E nós desejamos que este livro seja uma ferramenta útil. Enfim, para apoiar o trabalho de todos estes farmacêuticos que primam pela qualidade. E que temos que pensar neste livro como uma obra que é aberta, que pode se expandir e que se pode computar. É como o início de um caminho”.
O atual bastonário da Ordem dos Farmacêuticos de Portugal, Hélder Mota Filipe, também deixou seu recado em participação online. “Eu gostaria muito que este não fosse apenas um episódio de sucesso, em particular, mas que fosse um exemplo que permitisse nós replicarmos esta celebração entre os farmacêuticos portugueses e farmacêuticos brasileiros em outras situações positivas para ambos os lados. Também gostaria que essa obra não parasse apenas em Portugal e no Brasil, porque n´s temos outros países, irmãos nossos, que falam português e que precisam do nosso apoio. Precisamos ajudar a estruturar a profissão nos países africanos de língua portuguesa”.
E, por fim, Luís Miguel Lourenço, representante da Federação Farmacêutica Internacional (FIP), destacou que o envolvimento dos farmacêuticos em atividades relacionadas com a vacinação é algo que a FIP tem definida há muito tempo. “É mais famosa e mais conhecida a vacinação contra a gripe sazonal, mas gostaria de partilhar com todos que, fruto deste a emergência de saúde pública, muitos países, quando não era permitido sequer vacinar contra a gripe, neste momento já temos colegas que podem vacinar contra Covid-19. Logo aqui é o envolvimento, aqui é um momento na história da farmácia, que fica marcado há um antes pandemia e a um pós-pandemia e queremos acreditar que esta área da vacinação será algo muito, muito abraçado pelos farmacêuticos e pelos sistemas de saúde”. Além disso, Luís Miguel Lourenço recordou que é a federação Internacional tem desenvolvido esforços no sentido de criar informação e parabenizou o CFF por liderar esse movimento de traduzir informações e divulgar entre a categoria. “O Conselho federal tem sido essencial nessa tradução de muita da informação que é feita maioritariamente em inglês e poder adaptar aos colegas, não só no Brasil, mas para outros países que também carecem dessa informação e dessa capacitação, não só na área da vacinação, mas na área assistencial dos farmacêuticos”.
Curso de vacinação
Desde 2021, o CFF disponibiliza gratuitamente para esses profissionais o curso de “Serviço de Vacinação por Farmacêuticos” também para contribuir para o desenvolvimento dos farmacêuticos na área de imunização. Com carga horária de 60 horas, sendo 40 horas online e 20 horas presenciais, a especialização recebeu, até o momento, 12.090 inscrições e já foram realizadas 6 turmas dos módulos presenciais, nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Josélia Frade lembra que mais 30 turmas presenciais já estão sendo planejadas, para serem realizadas ainda este ano. “Manifesto gratidão a todos os que acreditaram e colaboraram com esse projeto. Um agradecimento especial ao querido Maeda (fotógrafo do CFF), que nos deixou, e muito colaborou para que as ilustrações da obra pudessem ter a qualidade apresentada. Espero que apreciem e nos ajudem a divulgar!”, finalizou Josélia Frade.