Meningite: imunizar é a melhor forma de prevenir a doença
A meningite é caracterizada por um processo inflamatório das meninges: as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal.
A meningite é caracterizada por um processo inflamatório das meninges: as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. É causada, principalmente, a partir da infecção por vírus ou bactérias ou ainda por fungos e parasitas. A doença chegou a ser responsável por uma epidemia nos anos 70 no Brasil e ainda hoje pode causar a morte do paciente em cerca de 20% dos casos. Segundo o Ministério da Saúde, de 2007 a 2020, foram confirmados 265.644 no País. Neste mês, em que se comemora o Dia Mundial de Combate e Prevenção à Meningite, em 24 de abril, profissionais da saúde chamam a atenção para o controle da doença.
“A doença é conhecida pelo perigo que oferece à vida da pessoa afetada, porque em poucas horas, após o aparecimento dos primeiros sintomas, ela pode evoluir e ser fatal. No Brasil a meningite é considerada uma doença endêmica e casos são esperados ao longo do ano, havendo ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. Crianças com menos de dois anos e idosos estão entre os mais suscetíveis à doença, no entanto, os adolescentes e adultos jovens têm o risco de adoecimento aumentado em surtos”, ressalta a farmacêutica Eloiza Helena Campana, especialista em infecção hospitalar e professora o curso de Farmácia da Universidade Federal da Paraíba.
Em geral, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio das vias respiratórias por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, rigidez da nuca, mal estar, náusea, vômito, confusão mental, sonolência e manhas avermelhadas na pele. Embora exista tratamento, pelo risco que oferece ao paciente, a recomendação é evitar a enfermidade. Eloiza destaca que a vacinação é o principal meio de prevenir a meningite. “Para alguns dos principais agentes infecciosos, como meningococo, pneumococo e o hemophilus Influenza do tipo B nós temos vacinas disponíveis no calendário de vacinação no Programa Nacional de Vacinação (PNI) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIN). Algumas vacinas estão disponíveis apenas da rede privada ou para faixas etárias específicas, por isso é muito importante o acompanhamento com o farmacêutico vacinador", afirma.
Outra recomendação é evitar ambientes fechados ou muito aglomerados para prevenir a doença. A especialista acrescenta que, após a introdução da vacina meningocócica C no calendário de vacinação houve redução da incidência total da doença, no entanto, a meningite causada pelo sorogrupo C ainda é responsável por 80% dos casos no país, seguida pelo sorogrupo B. Há também registros sobre aumento do tipo W135 no Brasil. Eloiza Campana enfatiza o papel do farmacêutico no trabalho de controle e prevenção à doença. “O farmacêutico, em seus diversos locais de atuação, pode contribuir com a equipe de saúde atuando no acolhimento do paciente, na identificação de casos suspeitos da meningite, no diagnóstico da doença, na orientação e dispensação e, mais recentemente, na administração das vacinas. Então o farmacêutico capacitado para atuação em serviços de vacinação, sejam esses serviços públicos ou privados, ele pode contribuir de forma direta na prevenção da meningite. E este serviço, além de ser uma grande oportunidade, vai trazer também desafios e responsabilidades, além de reforçar o papel desse profissional na promoção da saúde e na prevenção de doenças", destaca.
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Autor: Denise Coelho