CFF regulamenta a atuação dos farmacêuticos em Doenças Tropicais e Negligenciadas
A norma será publicada na próxima semana
Farmacêuticos que atuam ou pretendem atuar no cuidado à saúde de pacientes acometidos por doenças tropicais ou negligenciadas têm, agora, uma resolução como diretriz para o trabalho que desempenham. O Plenário do Conselho Federal de Farmácia (CFF) aprovou nesta quinta-feira, 25/05, durante o segundo dia de sua 530ª Reunião Plenária Ordinária, excepcionalmente realizada em Macapá (AP), resolução que define as atribuições dos profissionais nessa área. A norma será publicada na próxima semana.
Na elaboração do texto, o Grupo de Trabalho sobre Doenças Tropicais e Negligenciadas do CFF levou em consideração pesquisa realizada com farmacêuticos que atuam na área, em diferentes pontos do país. O levantamento apontou quais são os interesses e anseios dos profissionais que atuam na área, suas principais dificuldades e também as doenças com as quais eles têm maior contato na rotina do cuidado ao paciente em suas regiões. Na lista prevaleceram malária, doença de Chagas, leishmanioses, hanseníase, esquistossomose, tuberculose, dengue, chikungunya, tracoma, geo-helmintiases, doenças de transmissão hídrica, acidentes por animais peçonhentos, leptospirose, hantavirose, febre maculosa, teníase/cisticercose.
A farmacêutica GT, Erika Guimarães Costa, se declarou duplamente feliz pela aprovação da resolução, considerando que é integrante do GT responsável pela elaboração da resolução e que a norma foi aprovada em uma plenária realizada em seu estado de origem, o Amapá. “O nosso objetivo foi fazer com que os profissionais que atuam na área possam realizar o seu trabalho com maior segurança. A resolução define atribuições e competências para esse profissional para que ele possa incorporar em sua atuação, exercendo o seu trabalho da melhor forma possível, já que essas doenças acometem as populações mais vulneráveis”, comentou.
Com a aprovação da resolução, o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, anunciou que estando traçadas as diretrizes de atuação dos profissionais, o conselho irá buscar medidas que possibilitem a atualização dos farmacêuticos nas regiões de maior incidência das doenças. Ele ressaltou a importância do papel do farmacêutico no cuidado ao paciente, visto que ele está envolvido em diversas etapas do tratamento desses doentes, como o diagnóstico por meio de exames laboratoriais e o acompanhamento farmacoterapêutico. “Especificamente neste caso, a adesão ao tratamento é fundamental e cabe a nós essa importante contribuição”, assinalou.
O GTDTN é composto pelos farmacêuticos José Luiz Fernandes Vieira, da Universidade Federal do Pará, Erika Guimarães Costa, da Universidade Federal do Amapá, Giselle Maria Rachid Viana, do Instituto Evandro Chagas, Gisely Cardoso de Melo, da Universidade Estadual do Amazonas, Lídio Gonçalves Lima Neto, do Instituo Oswaldo Cruz/Lacen (MA), e Luann Wendel de Sena, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.