Raio X do Programa Farmácia Popular no plenário do CFF

Propostas contra fraudes no sistema e inclusão da atenção farmacêutica são metas do CFF para o programa em 2023

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Nesta quinta (26.01), um dos itens de pauta da 526ª Reunião Plenária Ordinária do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que ocorre também nesta sexta (27.01), em Brasília, foi a apresentação de um levantamento detalhado dos números do Programa Farmácia Popular do Brasil. Realizado por meio de auditoria do Ministério da Saúde, o compilado reúne dados desde a implantação do programa, em 2004, e foi exposto pelo auditor federal do estado de Mato Grosso, João Paulo Martins Viana, que também é representante do sindicato dos auditores pelo Sistema Nacional de Auditoria (SNS-SUS), a convite do conselheiro federal de Farmácia pelo Mato Grosso, José Ricardo Amadio.   

"Viemos falar um pouco sobre o Programa Farmácia Popular, do cenário atual em que ele se encontra e quais as principais deficiências do programa. Mas, principalmente, viemos trazer algumas soluções: propomos  algumas estratégias para melhorar e dar performance ao programa, que é uma política de assistência farmacêutica das mais importantes e, hoje, é prioridade do governo", resumiu o auditor. João disse, ainda, que as estratégias propostas são mensuráveis e fáceis de realizar e que o Conselho pode ser um parceiro nessa luta, principalmente por toda a amplitude e relevância que o programa representa para a sociedade.

No final de 2022 (19.12), o CFF conquistou uma vitória ao ver aprovada sua proposta de recomposição do orçamento do Programa Farmácia Popular em R$ 2,1 bilhões (210%). "Me lembro que foi em uma segunda-feira de dezembro, nós já estávamos de recesso, mas voltamos para Brasília e comparecemos no Congresso Nacional para acompanhar a aprovação da proposta que enviamos ao governo federal", lembra o presidente do CFF, Walter Jorge João. O documento, elaborado em conjunto com o Instituto Brasileiro de Saúde e Assistência Farmacêutica (IBSFARMA) - Cuida Brasil, passou pelo aval do relator-geral do orçamento no Senado, Marcelo Castro (MDB/PI), e elevou os recursos previstos para o ano de 2023 de R$ 1 bilhão para R$ 3,1 bilhões, mesmo valor autorizado em 2016, quando o programa atingiu o auge de investimento e de usuários atendidos. Veja nas tabelas abaixo, apresentadas pelo auditor João Paulo:

 

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O diretor secretário-geral do CFF e conselheiro federal do Paraná, Gustavo Pires, lembrou que não é a primeira vez que o Conselho alerta para inibir fraudes no programa Farmácia Popular. "No ano de 2018, já havia proposto parceria ao Ministério da Saúde. À época, nós constituímos um Grupo de Trabalho sobre o programa, com o objetivo de propor alternativas para o aperfeiçoamento da iniciativa". 

Com o orçamento mais adequado às necessidades da população, o CFF já começa o ano com vistas a elaborar novas propostas ao poder legislativo que apresentem soluções para evitar fraudes no sistema e para incorporar serviços e consultório farmacêutico.  "A iniciativa de convidar o auditor João Paulo foi para que ele trouxesse a visão dele, com relação aos pontos de fragilidade do Programa Farmácia Popular, assim como propostas para melhoramentos do sistema. E, posteriormente, temos a proposta de reativar o Grupo de Trabalho de Farmácia Popular para apresentar propostas junto ao programa para diminuir as fraudes, valorizar o profissional farmacêutico e, quem sabe, inserir os serviços farmacêuticos no programa", explicou o conselheiro federal José Ricardo Amadio.